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Mercado de turismo chinês é um dos destaques do primeiro dia da WTM Latin America 2016

Maior emissor de turistas do mundo foi tema de simpósio da Organização Mundial do Turismo nesta terça-feira

 

A China, o maior emissor de turistas no mundo, foi um dos destaques do primeiro dia da quarta edição da WTM Latin America, que ocorre até a próxima quinta-feira, 31 de março, no Expo Center Norte, em São Paulo, juntamente com o 45º Encontro Comercial Braztoa.

O destino foi tema do Simpósio UNWTO: O Mercado Potencial do Turismo Chinês para Destinos Latino-americanos, promovido pela UNWTO (Organização Mundial do Turismo). Durante a sessão, Márcio Favilla, Diretor Executivo da entidade, e David Tang, vice-presidente da Ivy Alliance Tourism Consulting, falaram sobre o potencial do gigante asiático para o setor.

Maior mercado para o turismo mundial, superando os Estados Unidos, o país contabilizou 117 milhões de embarques internacionais no ano de 2014, alta de 19,2% em relação ao ano anterior. Já em relação aos gastos de turistas chineses no exterior, foram US$ 215 bilhões em 2015, 53% mais do que em 2014.

Hoje, o Brasil tem um papel ainda pequeno nesse cenário. Enquanto os vizinhos da China ficam com a principal fatia, com Hong Kong, Macau e Taiwan abocanhando 70% desse total, os Estados Unidos recebem 2% dos chineses que fazem viagens internacionais e apenas 0,7% vão para os demais países do continente americano, incluindo o Brasil.

“Acreditamos no potencial de crescimento da participação dos chineses no mercado brasileiro. É nosso maior desafio”, afirmou Favilla. Para ele, são cinco os principais problemas que barram uma entrada mais expressiva no Brasil: as dificuldades de acesso, como restrições de visto; a conectividade em áreas mais remotas; a estratégia de marketing, que não atinge o público chinês em suas particularidades; a ausência de viagens multidestinos, incluindo até outras capitais da América Latina, como Buenos Aires; e a falta de cooperação entre os destinos e os setores público e privado.

Para David Tang, o receptivo brasileiro precisa se adaptar às particularidades do público chinês. “As demandas são cada vez mais diversificadas, personalizadas e fragmentadas”, pontuou. “Estão cada vez mais focadas na qualidade e experiência de viagem do que em preço”, completou.

Durante a sessão, os participantes conheceram detalhes do The China Outbound Tourism Quality Service Certification Program (QSC Program), que afere a qualidade dos prestadores de serviços ao redor do mundo, garantindo aos aprovados a divulgação de seus produtos no país asiático.

A China também foi citada durante a apresentação do Relatório de Tendências da WTM Latin America, elaborado em conjunto com a Euromonitor Internacional e revelado na tarde desta terça-feira.

De acordo com o levantamento, o Brasil deve registrar alta de 33% na chegada de turistas chineses nos próximos cinco anos. A primeira força que deve movimentar o mercado é a consolidação da China como maior mercado emissor turístico. Por isso, os players do setor – hotéis, agências de viagens e prestadores de serviço, entre outros – devem se preparar. “O que as empresas precisam fazer é adaptar sua oferta de serviços à cultura chinesa. Por exemplo, colocar chaleiras elétricas nos hotéis”, afirmou o gerente de pesquisa da Euromonitor Internacional, Alexis Frick.

 

Entre os principais interesses desses turistas estão as compras, notadamente de marcas de luxo.

 

Diretora do São Paulo Convention & Visitors Bureau, Sara Souza avaliou positivamente o enfoque no mercado de turismo chinês. “É um público que sempre veio para cá, mas nos últimos três anos intensificou a presença. Por isso e pela demanda de nossos associados, aumentou o número de capacitações para melhor recebê-lo.”

 

“Percebemos um aumento de 10% a 15% na procura de turistas chineses pelos nossos hotéis. Isso melhorará ainda mais se investirmos e queremos fortalecer nossa parceria com as agências brasileiras que já atendem a este mercado”, afirmou Nivaldo Egeia, Executivo de Contas da rede Windsor.

 

“A China é uma potência mundial e extremamente importante para a cadeia do turismo. Estamos muito felizes em apresentar aos participantes da WTM Latin America 2016 todas as potencialidades desses turistas e permitir a geração de negócios com o país”, afirmou LawrenceReinisch, Diretor da WTM Latin America.