Fórum de Debates Abracorp discute futuro da hotelaria nacional
Redes apostam em crescimento e afirmam não haver uma super oferta no mercado
Na última quinta-feira (26), O Fórum de Debates da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) reuniu-se em São Paulo com representantes da hotelaria nacional (Veja fotos) e para debater o futuro do segmento e os aspectos comerciais, operacionais e administrativos dos serviços prestados ao mercado de viagens corporativas pelas Travel Management Companies (TMCs). No encontro, estiveram presentes o presidente do Conselho de Administração, Edmar Bull, e o diretor executivo da entidade, Gervásio Tanabe, que mediou os debates, além das agências associadas. Representando cinco redes hoteleiras, o evento contou com a participação de Heber Garrido, diretor dos Hotéis Transamérica; Joice Alves, gerente de Vendas Regional São Paulo da BHG; Paulo Frias, diretor de Vendas para a América do Sul da Accor; Priscila Souza, do Departamento de Vendas da Blue Tree Hotels; e Valter Marchesi, gerente de Vendas Sênior – Agências Estratégicas, da Atlantica Hotels International. Em relação ao modelo de comercialização, as redes hoteleiras participantes foram unânimes em afirmar que não existe uma super oferta de mercado, com exceção de algumas praças, como Belo Horizonte e Brasília. Para os convidados, ainda há disponibilidade de um espaço interessante para o crescimento, principalmente em algumas regiões, como a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e cidades de médio portes. “Existem cidades que têm necessidade da chegada de novos hotéis e algumas onde a oferta já é grande, como Belo Horizonte, que talvez seja hoje o maior desafio para o setor”, afirma Joice Alves, da BHG. Apesar do momento econômico difícil, as redes buscam oportunidades de crescimento, seja por meio da ampliação de sua participação no mercado, pela expansão para cidades de médio porte, pela fusão com redes menores ou pela incorporação de hotéis independentes, que operam sem bandeira. “A incorporação é uma forma de não se criar uma oferta adicional neste momento”, acredita Paulo Frias, da Accor. Sobre a distribuição de conteúdos, os hoteleiros confirmam existir hoje uma diversidade grande de canais, que são conhecidos dos clientes. Uma das preocupações revelada pelos convidados é em relação a uma busca por uma paridade tarifária entre os players. Eles revelam que investem nos canais próprios pelo web, que ainda é o mais atrativo na opinião deles, e afirmam que as Online Travel Agencies (OTA´s) também são importantes por gerarem um resultado rápido, embora nem sempre de maior rentabilidade. Essa expansão das OTA´s mexem com o mercado e causam preocupação no segmento, que já se mobiliza. Segundo Paulo Frias, da Accor, a multinacional anunciou recentemente a aquisição da FastBooking, como uma alternativa às empresas que já operam nesse mercado. “Será mais uma opção para os hotéis independentes”, acredita o executivo. A rede é a única entre as grandes que ainda não aderiu ao B2B Reserv@s, sistema desenvolvido pela Abracorp que engloba mais de 1600 hotéis no país, mas a intenção é fazê-lo em breve. Já, Priscila Souza, da Blue Tree Hotels, informou que os canais eletrônicos hoje já representam 17% das vendas fechadas. “Consideramos esse valor muito alto. Buscamos fortalecer nosso departamento de vendas com a finalidade de reduzi-lo”. A executiva também destacou a experiência positiva com o B2B. “A Blue Tree estimula a utilização do B2B devido à economia gerada, que atingiu cerca de R$ 7 mil desde sua implantação”, complementa. As redes hoteleiras afirmaram também não se sentirem ameaçadas ou impactadas negativamente em suas reservas com o crescimento dos sites de acomodação, como o AirBNB. Os representantes acreditam que o mecanismo poderá se tornar mais um parceiro futuro do que um concorrente com os demais canais. “O AirBNB é um case para a hotelaria, mas é preciso lembrar que ainda falta uma regulamentação no Brasil. A regra do jogo é a inovação e devemos aprender com eles”, explica Heber Garrido, dos Hotéis Transamérica. Entretanto, os participantes acreditam que para o segmento corporativo o aplicativo não desperte ainda grande interesse. “Além de não oferecer nota fiscal, o segmento corporativo exige a questão da segurança, que é essencial para os profissionais. Acredito que para os hostels, por exemplo, ele tem somado bastante, pois eles ainda não tinham um canal de distribuição”, analisa Joice Alves, da BHG. No início do encontro, ainda houve uma apresentação do CEO da Movida Rent a Car, Renato Franklin, que falou sobre as novidades, os investimentos e as ações da locadora com o objetivo de enfrentar o momento de crise. Segundo o executivo, a empresa conta atualmente com 123 lojas, com cerca de duas inaugurações por semana, e pretende atingir 175 unidades até o fim de 2015. A empresa anunciou que tem oito mil novos veículos para incorporar à frota nos próximos meses, chegando a 50 mil veículos. Ele também falou da parceria da locadora com a Abracorp. “Viemos aqui para mostrar o que temos feito graças ao apoio de vocês. Possuímos hoje uma condição diferenciada para os associados Abracorp, visando uma maior rentabilidade a todos, com o objetivo de continuarmos crescendo 10% em média”, afirma. |