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DE RECURSOS HUMANOS A TURISMOLOGO

     Anos 90, eu trabalhava há algum tempo na área administrativa, incluindo recursos humanos, em algumas empresas na Cidade de São Paulo, e surgiu a oportunidade de viajar ao exterior na companhia de três amigos. Iniciamos os planos para a viagem adquirindo um bilhete aéreo, me lembro muito bem , com a extinta companhia aérea VASP, onde fizemos os seguintes trechos, São Paulo / Bruxelas / São Paulo e em posteriores reuniões, fomos definindo as localidades que visitaríamos ao longo de 44 dias fora do Brasil.

     Desembarcamos em Bruxelas (Bélgica) e em um dos balcões do aeroporto, retiramos um veículo, que contratamos desde o Brasil (Leasing), o que tínhamos era: Bilhete aéreo, locação de um veículo por 36 dias e o Seguro Viagem, o restante seria aventura. Na saída de Bruxelas, fomos conhecer Antuérpia, Gante , até chegarmos em Amsterdam e procurarmos onde nos hospedar, permanecemos em Amsterdam por três noites, conhecemos Haya, Den Haag, Madurodam e embarcamos, com o nosso veículo no Porto em Amsterdam para o Interior da Suécia, percurso que levou vinte e sete horas.

     Foi exatamente neste embarque e desembarque que o amor pelo turismo aconteceu em minha vida. No porto em Amsterdam, tudo era fantástico, o embarque das pessoas, dos veículos, aquele tempo nublado, meio a garoa, a partida do navio deixando para trás aquela encantadora e romântica cidade, com seus Dicks, sua bela arquitetura e a hospitalidade de seu povo, que eu a tão pouco tempo já sentia saudade. Mas, a decisão de partir para o segmento turístico, se deu na chegada a Suécia, quando pude apreciar de um patamar mais elevado do navio, o desembarque dos veículos e das pessoas, o que mais me chamou a atenção, era uma composição inteira de vagões e locomotiva de um trem proceder ao desembarque. Neste momento me perguntei como será que funciona esta coisa de organizar viagens para as pessoas? E eu mesmo respondi, quando chegar ao Brasil vou a busca de informações.

     Continuamos a nossa viagem, percorrendo quase toda a Escandinávia, (Suécia, Dinamarca, Noruega) fomos ao norte da Alemanha e descemos até o Sul, fomos a Suíça, Áustria, Itália, entramos na França, conhecemos o Vale de Loire ,Nice, o Principado de Mônaco, Paris, Voltamos á Bélgica, devolvemos o carros e ficamos mais alguns dias e retornamos ao Brasil.

     Após alguns dias de nossa chegada, iniciei uma pesquisa no SEBRAE,no intuito de saber o que era turismo, foi muito difícil , eu não entendia nada, nunca tinha ouvido os termos técnicos que se usam no meio, o alfabeto fonético etc. nem ao menos sabia qual a diferença entre uma operadora de turismo e uma agencia de viagens. Comecei visitando algumas operadoras e em uma delas, encontrei uma pessoa onde eu pude me abrir. Disse a ela, não entendo nada do ramo, estou em uma área administrativa, quase nada haver com o turismo, e ela bem otimista disse-me é fácil logo você aprenderá tudo, o importante é gostar, ter força de vontade, e para começar, o mais importante, ter bons relacionamentos, ou seja conhecer pessoas que estejam dispostas a viajar. E lá fui eu, sempre solicitando a ajuda dela. Consegui ser Free Lancer por um ano e meio, ai já tinha melhorado e já conhecia alguns termos e apoiando por um amigo, resolvi abrir a minha agencia, participei de vários treinamentos, inclusive de vendas, para aprender, por exemplo, como se vende um cruzeiro marítimo e daí a clientela começou a aumentar e eu como já tinha experiência, resolvi buscar a parte acadêmica, Fiz Bacharelado em Turismo ( 4 anos) e me pós graduei em hospitalidade.

    Hoje, além trabalhar no segmento, mais especifico na criação de produtos turísticos internacionais elaborados para grupos religiosos e holístico, e tendo a oportunidade de voltar varias vezes a Europa, Estados Unidos, Oriente Médio, Caribe, América do Sul, acompanhando grupos, também me tornei professor na área da hospitalidade,lecionando nos cursos de turismo, hotelaria e eventos.

Esta é parte de minha história!

Professor Vanderley Scalize