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CRIANÇAS DÃO SHOW DE BREAKING EM EVENTO EM BRASÍLIA E MOSTRAM A FORÇA DA NOVA GERAÇÃO DE B-BOYS E B-GIRLS

Aconteceu em Ceilândia nesse último final de semana, a quinta edição do festival Quando as Ruas Chamam. O evento contou com a participação de dançarinos e artistas de diversos estados brasileiros e até de outros países, teve também workshops, exposição de fotografias e desfile de jaquetas grafitadas, além de muita música com DJ’s e MC’s convidados, sendo um verdadeiro encontro da Cultura Hip Hop. Um dos grandes destaques do sábado (24) foi a Battle Kids, que foi um show para quem era da cultura e para as pessoas que não dançavam mas que pararam para assistir, reunindo algumas das melhores crianças que dançam Breaking do país, muitas já com carreira internacional. Os pequenos foram aplaudidos pelo público. Alguns eram de Brasília, outros enfrentaram um longo caminho até chegar ao SESC de Ceilândia/DF, onde foi o evento. Este foi o caso dos irmãos B-Boy Eagle (12) e B-Girl Angel (9), os dois que fazem parte da Dream Kids Brazil Crew saíram   do litoral de São Paulo às três da manhã para participar e voltaram no mesmo dia, à noite, pois já tinham evento no dia seguinte. Eagle, que recentemente voltou da Europa sendo vice-campeão do B de Dança em Braga (Portugal) e tendo ficado entre os 16 melhores do mundo na Porto World Battle, competiu já na primeira etapa contra a própria irmã, surpresa que não esperava pela quantidade de crianças que tinha, mas tanto ele como a B-Girl Angel, que era a única menina da Battle Kids, dançaram em grande clima de competitividade. Em seguida, Eagle e Samukinha foram para a semifinal mostrando muita dança e técnica, deixando bem claro que a nova geração apesar de ter pouca idade são gigantes no talento e não foram ali para brincar. São de Eagle as palavras: “A viagem foi longa mas sempre gostamos de competir e participar de eventos sérios, não importa onde sejam. Já é a segunda vez que participamos no Quando as Ruas Chamam! Foi muito bom reencontrar  Samukinha, Ferrugem e todos os outros que já não víamos há algum tempo. Apesar da nossa distância, a dança sempre nos une nesses grandes eventos! Competir com a minha irmã também foi uma surpresa, mas ali na battle não eramos irmãos e sim b-boy e b-girl, mostramos o nosso melhor e os jurados se decidiram! Apesar de eu ter ido para a semifinal a Angel é um furação (risos)”. A menina também falou: “Treinamos sempre juntos, temos sonhos parecidos, mas nossa dança é diferente e quando competimos sou sempre brava seja com ele ou com outro. Mas fiquei feliz dele ter chegado na semifinal e ter representado nossa crew e terra, que é São Paulo, em Brasília”, concluiu.
Para o casal Roberto e Nina, que curtiam o dia de sol quente no SESC junto com os filhos e pararam para assistir a competição de Breaking na hora das crianças, acharam o evento sensacional. Explanou Roberto: “Sempre pensei que dança de rua era coisa de malandro e desocupado, mas hoje vi famílias e crianças maravilhosas participando. Meus filhos adoraram! As crianças que dançaram deram um show, fizeram movimentos que muitos adultos não conseguem! A garotinha de toquinha preta com cara de brava deslizou com a perna cruzada para trás, ficamos impressionados. Gostamos tanto que depois fomos tirar uma foto com ela! Meu menino já até pediu para aprender essa dança e vou ver para ele. Quem sabe ano que vem não esteja aqui dançando junto com essas maravilhosas crianças?!”.
Quem já percebeu também que o futuro sorri para a nova geração de B-Boys e B-Girls foi o Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI), que recomendou a proposta de inclusão do Breaking no programa olímpico dos Jogos de Paris 2024, como sugerido pelo franceses. Esse esporte está claramente de acordo com a Agenda Olímpica 2020. A entidade não detalhou como será a competição, mas sabe-se que ela terá o consagrado formato de “batalha”, com duas equipes mistas de dançarinos se revezando na pista, respondendo à dança do time rival. Ele contribui para tornar o programa dos Jogos Olímpicos mais equilibrado em termos de gênero, mais jovem e mais urbano, oferecendo a oportunidade de se conectar a nova e talentosa geração. “Enquanto se aguarda o resultado é importante destacar que a decisão final deve ser tomada apenas no final de 2020” – disse o presidente do COI, o alemão Thomas Bach. A modalidade já foi disputada nos Jogos Olímpicos da Juventude, organizados pelo COI, em outubro de 2018, na Argentina. “Ao considerar novos esportes para a nossa proposta, fomos guiados por três princípios: sustentabilidade, esportes que falam com os jovens e aqueles que refletem a identidade de Paris 2024. Queríamos escolher esportes populares que fossem inclusivos, acessíveis e promovessem a criatividade, ao mesmo tempo em que melhor complementássemos o programa esportivo existente. Acreditamos que o Breaking é mais uma oportunidade de trazer novos públicos para os Jogos Olímpicos” – explicou o presidente dos Jogos Paris 2024, Tony Estanguet.
Aprovado por uns e criticado por outros, a inclusão do Breaking nas Olimpíadas dividiu opiniões dentro da cultura Hip Hop e ainda tem muitos assuntos a serem definidos até que tudo se resolva. Enquanto isso, a nova geração que dança Breaking no Brasil mostra sua força de renovação por meio da força de vontade, superando limites todos os dias, cresce e impressiona bairros, cidades, estados e países por onde passam, com movimentos encantadores e muitos sonhos onde o céu é o limite!