Feira EBS reuniu conteúdo para fomentar mercado de eventos.
Durante a Feira EBS – Evento Business Show, que aconteceu nos últimos dias 6 e 7 de junho, em São Paulo, uma das Arenas Experience – espaço reservado para palestras gratuitas – contou com conteúdos capazes de atender públicos com interesse diferentes, mas todos em prol da mesma causa, a de fomentar o mercado de eventos e entender as premissas básicas para alavancar o segmento. Legado, diversidade, aprendizado, turismo de experiências, sustentabilidade e muitos outros temas foram abordados por sete profissionais durante cerca de quatro horas na Arena Experience 2, ao mesmo tempo em que o público acompanhava as principais tendências na Feira.
A utilização dos eventos para abraçar uma causa foi o tema apresentado pela assessora de comunicação corporativa da Fundação Pró-Sangue Hemocentro São Paulo, Doris Sandoval Lavorat. Ela mostrou cases de sucesso, como o Cosplay Sangue Bom e a doação de sangue no Rock’n Rio, para ilustrar como iniciativas de sucesso são capazes de deixar legado em um evento. Em seguida, Nina Silva, presidente do Movimento Black Money falou sobre um dos assuntos que também integrou o congresso MICE: a importância da diversidade.
Segundo a mentora em Gestão de Negócios e TI, a diversidade pode nos defender nesse mundo de incertezas, pois ter atenção voltada para raça e gênero traz diferentes contextos e mentes pensando em uma solução. “Se eu tenho pessoas que tiveram vivências, vamos discutir até chegar num consenso mais abrangente, que consiga trazer realidade para uma gama maior de consumidores”, afirmou, destacando dados que embasaram seu discurso.
Pesquisas apresentadas por Nina mostraram que empresas com maior diversidade de gênero lucram 21% a mais, enquanto as com diversidade racial, alcançam os 33%. “Diversificar é experimentar menos e ter maior agilidade. Preciso buscar lideranças que me complementem”. Após serem instigados a apostar na diversidade como uma forma de maximizar os seus resultados, os espectadores da Arena entenderam a necessidade de estar constantemente em contato com novas ferramentas de aprendizagem.
A questão foi destaque na palestra Campus Experience – O “behind the scenes” do entretenimento, ministrada pelo sócio-diretor da Businessland, Marcelo Flores. Segundo ele, por meio do conhecimento, é possível alcançar o objetivo traçado. “A única alternativa é se atualizar constantemente”, afirmou, lembrando ainda que, no atual cenário, o conceito utilizado é o de “aprender fazendo”. Pensando nisso, ele propôs um projeto semanal de imersão, que aconteceu na Full Sail University, nos Estados Unidos, onde atuou como professor. Foram seis dias com 50 horas de conteúdo, transformando a maneira de pensar dos estudantes.
“O lema é: esteja a frente, aproveite as oportunidades, esteja preparado para as ameaças”. Para os que trabalham com turismo, o mestre em Turismo Internacional pela ULPGC de Espanha, Bruno Manhães, falou sobre a Travel Design, ou seja, a personalização da viagem, de forma que seja transformadora, memorável, significativa e profunda. “Nesse caso, o elemento primário são os contatos. O turismo de experiência é uma relação ganha-ganha, tendo que ser genuína e autêntica para todos os reunidos na atividade. É preciso que se crie um vínculo emocional”.
As três últimas palestras da Arena trouxeram temas relevantes como sustentabilidade, seguro e tecnologia. “Evento sustentável é pensar em todo mundo e precisa deixar legados para o seus stakeholders. Não se resume a gestão de resíduos, que não significa coleta seletiva. Precisamos pensar nos impactos antes e não apenas mitigar”, orientou o CEO do Grupo Mega Share, Marcio Mendes, ao tratar do tema Eventos Sustentáveis – muito além do tapete verde.
A Liberty Seguros subiu ao palco para alertar sobre a necessidade de proteger os eventos, até mesmo aqueles que parecem inofensivos. Para ilustrar a questão, foram apresentados casos em que o público foi prejudicado e o organizador penalizado. A manchete “Criança de seis anos sofre lesão no olho durante show de mágica no ES” foi um dos exemplos citados para mostrar como um evento simples pode ter um problema grave e, por isso, precisa estar resguardado.
Quando o assunto foi inclusão digital no setor de eventos, o general manager da Eventmobi, Vander Guerrero, apontou que o comportamento do usuário final é que vai definir o tipo de ferramenta a ser utilizada. Além disso, destacou que a mudança no modelo comercial para aquisição de tecnologia tornou a mesma mais acessível. “O processo de obtenção passou a ser mais rápido, simples, barato e efetivo, permitindo que a gente foque mais no objetivo e resultado e menos na tecnologia”. No entanto, para aqueles que veem a tecnologia como algo que deve integrar o evento, independente da sua relevância, estão cometendo um grande equívoco. “Temos que pensar o tipo de benefício real que vai ter”.
Além da Arena Experience 2, a Feira EBS reuniu expectadores para a Arena 1, espaço similar que levou outras palestras, simultâneas, no decorrer dos dois dias do evento. Os temas atuais chamaram a atenção do público da Feira que, em sua 16ª edição, reuniu cerca de 2.100 participantes.
A Feira EBS é o principal encontro do segmento MICE – Meetings, Incentive, Conferences and Exhibitions – e de Treinamento e Desenvolvimento do país. É produzida pelo Grupo EventoFacil, que organiza e promove feiras de negócios e eventos de relacionamento, publica revistas, guias e aplicativos, e foi o criador do primeiro clube exclusivo para gestores de eventos – o EBS Buyers Club. Especialista no segmento MICE, o grupo trabalha com foco nos profissionais que possuem demandas para eventos corporativos, incentivos, treinamentos, congressos e feiras.
Wellington Martins – Turismo em Pauta 2018.