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    EQUIPOTEL reflete a retomada do setor hoteleiro e surpreende em inovação

    A feira Equipotel, que aconteceu em São Paulo na última semana, mostrou a inovação e energia do setor hoteleiro, que retoma as atividades após a crise. Mais do que nunca, é preciso apostar em soluções tecnológicas para aumentar o fôlego nas vendas, já que o turismo é um dos primeiros a sofrer com a retração do mercado.

    A área da feira que mais cresceu foi a de empresas que oferecem tecnologias de gestão de hóspedes, processos e reputação de hotéis. “Fizemos um esforço para trazer empresas com soluções que possam aprimorar a experiência do hóspede”, disse na abertura do evento o vice-presidente comercial, Paulo Octávio Almeida. Muitos expositores relataram que estão consolidando vendas em 2018 junto a pequenos e médios hoteleiros, que perfazem 80% dos 31,3 mil meios de hospedagem brasileiros identificados em 2016 por pesquisa do IBGE.

    O Grupo Nóbile, por exemplo, a quarta maior rede hoteleira do País, destacou na feira uma plataforma tecnológica para a gestão de compras e outros processos que integra fornecedores e canais de vendas, serviço pelo o qual o hoteleiro paga um percentual de acordo com o uso e só se usar, num claro exemplo de economia compartilhada. A empresa disse que 64 hotéis de médio e pequeno porte já adotam a solução e a meta é chegar a 100 até o fim do ano.

    A Omnibees expôs uma solução de gestão de reservas que calcula a taxa ideal de overbooking com base em dados de inteligência artificial e de vendas de sites de reservas da internet, numa estratégia eletrônica para baixar ao máximo o nível de vacância do estabelecimento. A empresa fez 28 novos contratos na feira, todos com pequenos e médios hotéis. “Notamos que o investimento em tecnologia por parte do hoteleiro não se dá pela recuperação do setor, que está em curso, a modernização se dá para a recuperação”, declarou a vice-presidente, Melanie Teixeira. A Vega trouxe uma solução de gestão de avaliações de hóspedes no Trip Advisor e em outro sites, também bastante procurada por pequenos e médios por economizar o trabalho de até duas pessoas.

    Mas não foi só na parte de tecnologia que a Equipotel inovou. A mostra teve uma grande renovação. Em 2018, do total de 236 expositores, 116 foram empresas estreantes. Trinta e cinco receberam da organização o Selo Hospitalidade, em reconhecimento às inovações apresentadas, num claro esforço de destacá-las ao visitante. A Makita, que trouxe um robô aspirador de pó, e a Husqvarna, que destacou um robô cortador de grama elétrico e sustentável, estão entre as empresas contempladas, assim como muitas outras, de soluções não tão tecnológicas, mas de igual impacto na eficiência da operação.

    A experiência do hóspede, contudo, foi até mais enfatizada que a tecnologia em boa parte dos estandes e na programação de palestras. Depois de sete anos ausente da feira, a organização trouxe o espaço Hotel Design, com propostas de diferentes arquitetos para as principais áreas de um hotel, além do Spa Conceito, patrocinado pelo expositor Roca. Segundo o curador das mostras, o arquiteto Sérgio Oliveira, o objetivo é mostrar que é possível ter um hotel bem decorado sem gastar muito, proporcionando ao hóspede diferentes experiências sensoriais.

    (Com informações do comunicado oficial da feira EQUIPOTEL)

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    ROBERTO GRACIOSO – Como vender hospedagem no século XXI ao mercado corporativo (B2B)

    Foto: Divulgação – Gran Marquise

    Por Roberto Gracioso

    O advento da internet proporcionou um fenômeno que muitos historiadores já batizaram de Terceira Revolução Industrial, iniciando no pós-segunda grande guerra e perdurando até hoje. Este fenômeno histórico está balizado no empoderamento norte americano, com amplo desenvolvimento tecnológico e alteração do comportamento do ser humano. É certo também que dentro deste processo, nos últimos dez anos ocorreram diversas mudanças na forma com que as novas pessoas pensam e agem. O acesso à informação, a volatilidade da mesma, o imediatismo dos assuntos, a multitarefa os novos níveis de comprometimento e outros fatores fizeram com que as pessoas mudassem seus hábitos e suas necessidades pessoais e profissionais.

    Mas, o que isso tem a ver com “vender hospedagem?”. Tudo.
    Pois bem, antigamente os hotéis possuíam o departamento de reservas com muitas pessoas, o departamento comercial com vários “vendedores”, gerentes, supervisores de vendas, etc. A modalidade de vendas consistia em visitar o cliente, apresentar o produto, cadastrar este cliente, fideliza-lo através das tarifas e a partir de então, as secretárias realizavam as reservas mediante o acordo firmado neste processo. Tudo isso era feito de forma rudimentar, mecânica e com vários formulários de acordos, etc. Acresce-se a isso, após o acordo firmado e mediante a utilização, havia o fechamento, faturas, vários documentos, conferências e conciliações, boleto, pagamento, atrasos, extravios, protestos, etc.

    Além de todo este processo absurdamente burocratizado, esquecia-se do usuário final, sua majestade, o hóspede! Este era praticamente “vitima” do processo e relegado a segundo plano, pois aquela secretária, responsável pela reserva da empresa, direcionava – e vejam, caros leitores, eu disse “direcionavam” o hóspede para o hotel com conveniência apenas da empresa. Quando este hóspede chegava ao hotel, muitas vezes se decepcionava e nem possibilidade de reclamar tinha, com o temor de sofrer retaliação por parte da empresa, principalmente daquela bendita secretária que “mandava” no processo.

    Pois bem, com sempre digo; o mercado é inteligente e mutável. Tudo o que é ruim tende a perecer. O advento da internet e sua franca utilização proporcionou uma brusca e dinâmica alteração neste processo.
    Hoje e desde então, as empresas de tecnologia buscam incessantemente soluções para simplificação de processos as quais ocupem espaços no mercado e se beneficiem financeiramente das facilidades proporcionadas. Esta é a nova modalidade de mercado – a criação de sistemas que simplifiquem a operação e que reduzam custos, mesmo com mensalidades, manutenções de softwares, custos por transação, etc. Por outro lado, é realidade que praticamente todas as empresas estão informatizadas, consumindo estes produtos no intuito de simplificar seus processos e reduzirem seus custos.

    Juntando, portanto estes dois ingredientes, temos hoje o que chamamos de “self booking”. O que seria isso?? Self booking são sistemas disponibilizados para as empresas que proporcionam agilidade nos processos de reservas e redução dos custos operacionais dos mesmos. Diferente do processo anterior, a figura da secretária ainda é importante, mas apenas para homologar o hotel candidato a fornecimento e renovar os acordos – normalmente em períodos semestrais ou anuais. Nesta nova modalidade, o usuário – o hóspede final, através de seu acesso individual, entra no sistema e realiza toda a sua viagem, de acordo com; a escolha o hotel conforme o nível de hotel disponibilizado por conta de sua condição hierárquica na empresa, escolhas de voo, seu veículo locado, etc, ou seja, este self booking realiza toda a sua viagem on line. E o melhor, consolida todas as despesas, encaminhando diretamente ao financeiro da empresa e gerando o boleto automaticamente, débito direto no cartão corporativo, etc. O que isto significa: “adeus autonomia da secretária!!!”

    Então, com o que os hotéis devem estar atentos para, aí sim vender hospedagem no século XXI?? Claro, continuar ofertando seus produtos e serviços às secretárias, mas com um novo objetivo: a homologação – a possibilidade que o usuário final enxergue o hotel no self booking.

    O desdobramento disso é que a importância da fidelização passou a ser hoje pelo MARKETING DE RELACIONAMENTO com o cliente final – o usuário que antes era a “vitíma” do processo passou agora à “estrela” do processo. É ele quem decide!!! Um bom cadastro, um CRM (Costumer Relationship Management) adequado, um cadastro bem feito, ações de marketing assertivas são as novas modalidades de venda do Século XXI. E, claro, sempre procurar prestar o serviço adequadamente, mantendo o hotel em ótimas condições, com atrativos, serviços e outros fatores de forma que atenda e supere e supere sempre as expectativas deste usuário empoderado.
    O prestador de serviço que não estiver atendo a esta brusca mudança comportamental do mercado está sujeito a uma perda de competitividade de forma exponencial.