O que fazer em Goiânia – Dicas e curiosidades da capital
Na esquina da 5ª com a 4ª, o recorte verde é um respiro para o cenário urbano. O encontro das ruas poderia levar ao emblemático Washington Square Park, em Nova Iorque, mas se trata da Praça Mestre Maria Henriqueta Peclat, um dos espaços que exemplificam porque Goiânia está no ranking das cidades mais arborizadas do Brasil.
As semelhanças entre a capital goiana com os Estados Unidos não param por aí. Foi de lá que veio a inspiração para a escolha do nome das ruas – que são, na maioria, números. Attilio Corrêa Lima, engenheiro arquiteto que assinou o plano urbanístico da cidade, se espelhou no racionalismo do explorador britânico William Penn. É que ao fundar a Filadélfia, em 1682, ele propôs o esquema numérico para organizar as ruas. Modelo replicado por L´Enfant, em Washington, e também na ilha que foi a referência inicial do texto, Manhattan.
Se a influência das ruas veio da América do Norte, o traçado arquitetônico veio de mais longe: atravessou o Oceano Atlântico. Diretamente da Europa, a art déco fez morada nos prédios públicos de Goiânia, 22 deles (entre prédios e monumentos) são tombados pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A mais importante das edificações é o Palácio das Esmeraldas – residência oficial do governo do estado desde 1937, quando a cidade virou capital de Goiás. Fazendo jus ao nome, o prédio carrega a cor da pedra preciosa e é facilmente reconhecível pelo busto de Pedro Ludovico Teixeira, médico que coordenou a criação da nova capital – parte do plano da Marcha para o Oeste, uma estratégia do governo de Getúlio Vargas para a acelerar o desenvolvimento e ocupar o centro-oeste do Brasil.
O Palácio das Esmeraldas é um dos atrativos da Praça Cívica. Outro destaque é o Monumento às Três Raças. A estátua, de proporções robustas, tem o mesmo peso do que historicamente representa: ali estão um homem branco, um negro e um indígena. Leitura da artista plástica Neusa Rodrigues Moraes sobre os povos que fizeram de Goiás o que do estado se fez. Os brancos são os bandeirantes, vindos de São Paulo em busca de ouro; os negros, os escravos e os índios, o povo que ali já morava e foi integrado ao processo da exploração do ouro.
É a contemporaneidade da obra de Siron Franco que, a alguns metros dali, dá o tom ao espaço. No lado direito da praça, para quem olha da Avenida Goiás, um mural espelhado divide passado e futuro. De um lado, estão os índios carajás, ancestrais a quem pertenciam as terras. Do outro, crianças, na representação do que ainda está por vir.
O passado está – literalmente – enraizado pela cidade. São mais de 900 mil árvores espalhadas por todos os bairros. A concentração de verde é mais visível nos 32 parques e bosques. Áreas que foram criadas tanto para preservar a mata existente quanto para recuperar espaços degradados, como o Parque Vaca Brava. Embora o nome popular seja esse – em alusão aos animais que ali atolavam antigamente -, a nomenclatura oficial é Parque Sulivan Silvestre, em homenagem ao ambientalista e ex-presidente da Funai. Transformado em área de proteção ambiental, por conta da nascente e do córrego que passa pelo terreno, hoje o parque tem uma estrutura que proporciona o contato com a natureza, mesmo em meio à cidade.
Num parque também acontece a tradicional Feira do Cerrado. Artesãos de todo o estado se reúnem para expor e comercializar as peças produzidas por eles. Tem patchwork, crochê, pinturas, cerâmicas entre outros artesanatos, além de barraquinhas com quitutes regionais. A feira acontece no Parque da Criança, atrás do Estádio Serra Dourada, aos domingos, das 9h às 12h.
Goiânia viaja pelos outros estados através da música. E faz tempo! Seja pelo romantismo de Leonardo, que marcou época avisando “aqueles olhos lindos que eu já cheguei” ou pela busca incessante de Jorge e Mateus pela paixão goiana, numa letra em que o apaixonado percorre várias cidades de Goiás. Berço de grandes nomes do sertanejo, a cidade foi a escolha como endereço fixo de Leonardo, Eduardo Costa, Gusttavo Lima, Maiara e Maraisa, Simone e Simaria, Zé Neto e Cristiano, Naiara Azevedo e até de Amado Batista e Joelma, a ex-calypso. Não à toa. A cidade respira sertanejo e se orgulha disso. O Villa Mix Festival Goiânia, por exemplo, foi eleito, em 2017, pelo Guinness Book – o livro dos recordes – como o maior palco do mundo. A organização do evento segue na busca pela manutenção do título. Na edição de 2018, a altura do palco superou o ano anterior e atingiu quase 70 metros, o equivalente a um prédio de 23 andares.
Eclética, a capital tem espaço para outros estilos musicais. O pop rock é forte, assim como a música eletrônica. Curiosidade: o DJ Alok nasceu aqui. A vida noturna feita de bares – que começam já na happy hour – e baladas, das que vão até o sol nascer, atrai quem curte uma boa festa. Dos setores, o que concentra a maior quantidade de bares é o Marista.
Convidativa tanto para os viajantes que gostam do dia quanto para aqueles que preferem a noite, Goiânia impressiona pelas ruas planejadas, pela culinária apurada e pelo jeitinho receptivo do povo que não se cansa em receber bem!
Onde se hospedar
Durante minha breve passagem por Goiânia, me hospedei em dois hotéis: o Bristol Evidence Hotel e o Mercure Goiânia. Ambos são extremamente confortáveis e aconchegantes. O Evidence é um apart hotel equipado com cozinha completa e um ambiente integrado de sala de estar e suíte, além da sacada. Fica no Setor Pedro Ludovico, a 5 km do Bosque dos Buritis. Bônus: tem uma vista maravilhosa da cidade.
Já o Mercure Goiânia está localizado no Setor Oeste, a menos de 10 minutos de carro do Centro de Convenções e do Estádio Serra Dourada. O quarto é amplo e moderno. O conforto segue o padrão da rede Mercure. Elogio para a simpatia dos atendentes, que foram extremamente solícitos.
Onde comer
JP Steak House
É uma churrascaria de carnes nobres em que o rodízio acontece sem espeto. Traz o conceito americano. As carnes são servidas em tábuas e os acompanhamentos vêm empratados. Além da carne, são servidas saladas, risoto, ceviche, steak tartar e até camarão. O valor surpreende: R$59,90 o jantar e o almoço de segunda a sexta. (Valores referentes a maio de 2019). A casa cria promoções com frequência, por isso, vale a pena ficar de olho nas redes sociais. Sobre as sobremesas, os sorvetes são artesanais e exclusivos. Recomendação: sorvete de ninho trufado com doce de leite argentino e alfajor uruguaio. Uma loucura de sabor!
Nota: O Blog Amabilices visitou Goiás a convite da ABIH GO (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Goiás) em parceria com o Governo do Estado, numa Press Trip com o objetivo de apresentar o destino aos viajantes do Brasil e do mundo!