MSC: “Assim na terra como no mar” NOVA aquisição de uma ilha própria nas Bahamas.
Apesar de só ter 30 anos de vida, a MSC Cruzeiros é inspiradora. Numa feliz combinação de vigor e questionamento a conceitos consagrados, a empresa parece estar sempre em busca da reinvenção da navegação de lazer. Neste sentido, a mais recente novidade é estender suas atividades marítimas à terra firme, com a aquisição de uma ilha própria nas Bahamas.
A trajetória da MSC Cruzeiros – sigla de Mediterranean Shipping Company, nem sempre foi linear, mas serve para demonstrar como é possível transformar o ruim em ótimo. Tudo começou em 1987, quando a companhia italiana fundada 17 anos antes e até então especializada em carga, adquiriu a empresa de cruzeiros Lauro Lines, que rebatizou como StarLauro Cruises. O antigo proprietário enfrentava graves revezes depois que em 1979 o Angelina Lauro, um dos seus dois navios, pegou fogo. O sobrevivente, Acchille Lauro, tampouco teve sorte. Primeiro foi sequestrado em 1985, e onze anos depois, já sob a bandeira MSC, também incendiar e afundou. As circunstancias obrigaram a empresa a partir do zero, a começar pela mudança de nome para MSC Crociere. Nos anos seguintes formou uma moderna frota de 12 transatlânticos, e se tornou uma das maiores companhias de cruzeiros do mundo. Não é pouca coisa. A MSC disputa este mercado com consagrados pesos-pesados globais como a Carnival (controladora da Costa), Royal Caribbean, e Norwegian (NCL).
Animada com os resultados alcançados, a companhia tem planos ambiciosos para os próximos dez anos. Com investimentos de 9 bilhões de euros, quer quase dobrar sua frota com mais 11 transatlânticos. A nova geração de navios não só reflete a preocupação com a sustentabilidade, como a arrojada arquitetura resgata a imagem de um iate gigantesco, além de privilegiar o contato do passageiro com o mar.
A cereja do bolo desta nova fase é a construção, em um esforço conjunto da armadora, Governo da Bahamas e ecologistas, da Ocean Cay MSC. Trata-se de uma reserva marinha locada por 100 anos. Com 38,5 hectares e 3,5 quilômetros de litoral com seis praias de águas azuis cristalinas, será o maior desenvolvimento de uma ilha idealizado por uma companhia de cruzeiros no Caribe. Localizada a apenas 150 quilômetros de Miami, Flórida, com investimento de 200 milhões de dólares, a ilha deverá receber passageiros da companhia com saídas de Miami e Havana a partir de 2018. Por trás da iniciativa, há uma importante decisão ecológica: remover a infraestrutura de uma antiga indústria de extração de sal e recuperar o local aoseu estado original, inclusive com a plantação de 80 árvores nativas caribenhas, gramíneas, flores e arbustos.
Com funcionamento contínuo ao longo do ano, um dos maiores atrativos da ilha-destino será a vida noturna, que terá apresentações no anfiteatro para duas mil pessoas, além de bares e restaurantes. Os cruzeiristas encontrarão ainda uma malha de caminhos e pistas de corrida, locação de bicicletas, além de esportes aquáticos, snorkel, mergulho e jogos ao ar livre. Fazem parte uma praia familiar com restaurante para crianças, e também uma lagoa, uma tirolesa que cruza a ilha e um local para cerimônias e casamentos. Está prevista ainda uma área exclusiva para os hóspedes da categoria Yacht Club, com spa, bangalôs privativos e tendas de massagem.
Resorts no Caribe visitados por cruzeiros não é novidade. A própria MSC mantém uma ilha nos mesmos moldes na ilha Sir Bani Yas, Emirados Árabes. No caso da Ocean Cay a inovação foi além, como instalar um ancoradouro e cais para que os navios atraquem diretamente na reserva. A fácil integração entre a vida a bordo e terra torna a ilha quase que extensão natural do transatlântico. O maior desafio neste processo é promover uma harmonia que preserve o alto padrão de arquitetura do navio com um paisagismo inspirado na cultura e tradição das Bahamas. Para assegurar esta operação serão recrutados 240 trabalhadores de diversas áreas, além da um centro de treinamento para capacitar mão-de-obra local. O exemplo da Ocean Cay não é fato isolado na vida da MSC Cruzeiros. Qual a força que move suas iniciativas arrojadas e pioneiras nos 30 anos de existência? A melhor pista vem de Adrian Ursilli, o dinâmico e motivado diretor da empresa no Brasil “Há uma feliz combinação de fatores. Primeiro, o respeito dos proprietários pelos oceanos, que são a sustentação das operações. Segundo, o compromisso de inovação constante na busca de novos destinos e experiências para os hóspedes. E terceiro, fazer com que os colaboradores se sintam em casa, como parte de uma grande família”.
Por: Wellington Martins – Turismo em Pauta.