“Chile continua sendo um destino prioritário para os brasileiros”
O Brasil é o segundo mercado turístico mais importante para o Chile no contexto latino-americano. Seja pela quantidade de turistas que chegam anualmente como pelo gasto individual, os visitantes brasileiros marcam tendências e são um fator importante nas mudanças do turismo sazonal.
A atual situação política e econômica do Brasil gerou incertezas, sobretudo em uma indústria tão sensível a mudanças, como é o turismo. Este novo cenário foi abordado durante o seminário “Tendências atuais do mercado brasileiro”, um evento realizado pelo Turismo Chile, uma entidade encarregada de executar o plano de promoção turística nos mercados internacionais, junto com a Subsecretaria de Turismo.
O Seminário, de foco internacional, contou com a presença de Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA), uma das entidades mais representativas de seu país, e com Ana Maria Donato, CEO da Imaginadora, agência de marketing e Comunicação, que tem uma grande reputação no setor de turismo do Brasil.
Ambas as oradoras falaram sobre a indústria nacional, e apresentaram conceitos que ajudam a compreender o comportamento atual do mercado brasileiro, abordando temas como os segmentos de massa e de luxo, as mudanças nos hábitos de viagens e a migração de destinos, entre outros.
“Sabemos que a situação do mercado brasileiro irá se reverter lentamente”, comentou Debbie Feldman, gerente geral do Turismo Chile. “Acreditamos que também é importante para todos os atores da indústria entender estes ciclos, que nos entregam experiências e novas oportunidades na definição das ações de promoção turística”, disse Feldman.
Segundo o Data Popular (agência de pesquisa brasileira), o consumidor que experimenta um período de crise em seu país já teve a possibilidade de viajar anteriormente, e ele não vai querer deixar de fazer isso. Sobre a intenção de Viagem, 38% dos entrevistados disseram que a crise fez com que desistissem de viajar, e os outros 33% afirmaram que a mesma situação não aumentou nem diminuiu a intenção de viajar.
Durante sua apresentação, a presidente da BRAZTOA foi enfática em afirmar que o destino Chile tem uma imagem muito boa no Brasil. “Vemos o Chile como um destino diferenciado, capaz de entregar uma boa variedade de experiências em torno das viagens e do turismo”.
Em sua análise, Nassar comentou que após a crise presidencial, o Brasil retoma a confiança pouco a pouco. “Esses momentos difíceis para o turismo, como janeiro e fevereiro deste ano, vão ficando para trás, e vemos que a temporada de neve mostra uma volta da normalidade”.
A especialista em Comunicação, Ana Maria Donato, afirmou que a crise no Brasil impulsionou a reorganização das prioridades dos viajantes de seu país, onde o Chile sai favorecido. “As viagens pela América do Sul ganharam ainda mais impuslso. Se antes muitos brasileiros estavam acostumados a ir para Miami fazer compras, agora eles olham para o Chile como um destino onde podem ir com seus companheiros (as), com a família e com os amigos. Essa flexibilidade é muito importante na hora de decidir sobre uma viagem”, explicou.
Segundo estatísticas apresentadas pela BRAZTOA, sete em cada 10 brasileiros consideram que viajar é uma necessidade. Ambas as oradoras concordam que isso representa um grande potencial de crescimento para aqueles que apostam no mercado brasileiro. “O Chile já tem realizado um trabalho de posicionamento. Agora tem que aproveitar sua diversidade e levar pacotes turísticos com programas de entretenimento, muitas ofertas e mais promoções”, afirmou Ana Donato.