Com personalidades internacionais, Festival Salvador Capital Afro vai mobilizar 10 mil pessoas em cinco dias de evento
Crédito: Amanda Tropicana
Durante cinco dias, de 30 de novembro a 04 de dezembro, a cidade de Salvador ficará movimentada com a intensa programação do Festival Salvador Capital Afro. A ação é um movimento inovador para posicionar a capital baiana como referência do turismo afro, nacional e internacionalmente, por meio da valorização das manifestações culturais, do potencial criativo, da força das tradições, tecnologias ancestrais e incentivo ao Black Money, expressão que favorece negócios entre pessoas negras.
A iniciativa é da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secretaria de Cultura e Turismo, através do PRODETUR Salvador, em parceria com a Secretaria da Reparação.“Nosso desejo é que o Festival Salvador Capital Afro entre para o calendário de eventos da cidade, promovendo o debate de ideias e a promoção de Salvador como destino relevante no segmento afro. É uma posição que a cidade merece, pois o legado da cultura afro que aqui reside é imenso e único”, diz Andrea Mendonça, Secretária Municipal de Cultura e Turismo.
O festival, que acontecerá no Centro Histórico e será totalmente gratuito e aberto ao público, traz uma programação com temas relacionados a afroturismo, música, audiovisual, empreendedorismo e políticas antirracistas. Serão workshops, mentorias, palestras, rodadas de negócio, feira varejista, oficinas, atividades infantis, exposições e, claro, muita música, com apresentações de expoentes da música afro-baiana. “Vamos mostrar a potência criativa do povo preto e gerar oportunidades para que ele tenha protagonismo econômico também”, comemora a Secretária Municipal da Reparação, Ivete Sacramento.
Uma das personalidades que já confirmou presença é a jornalista americana Briona Lamback. Além de escrever sobre viagem, Briona organiza eventos e grupos, com roteiros pensados por viajantes negros para viajantes negros: “Nosso acesso a viagens esteve historicamente ligado à colonização ou à imigração. Estamos prestando homenagem aos nossos ancestrais para viajar por nossa própria vontade”, diz a jornalista que é uma entusiasta do segmento. No dia 30 de novembro, ela compartilhará com o público toda a sua expertise sobre o tema na conferência “A hora e a vez do Afroturismo”.
Antonio Pita, jornalista e co-fundador da Diaspora.Black, startup de turismo e cultura negra presente em 45 países, também estará presente no Festival Salvador Capital Afro. Recentemente, a experiência da startup com a preservação da memória e cultura negra através do turismo lhe rendeu o Prêmio Folha Empreendedor Social. Pita é o articulador do segmento Afroturismo no festival e será responsável pelas mentorias de projetos da área, além de mediar conferência sobre o tema.
“O Festival Salvador Capital Afro tem um papel importante de apresentar à própria cidade essa modalidade do turismo. O afroturismo tem essa força de mobilizar as pessoas da cidade a vivenciar aspectos de sua história que desconhecia, e isso tem um potencial imenso para Salvador. Embora a gente já se reconheça como a capital afro, agora podemos conhecer as razões e legados que nos dão esse título. É uma forma também de valorizar a autoestima dos soteropolitanos, de reconhecer sua própria história negra como uma referência nacional e internacional, como algo que o mundo quer conhecer e vivenciar”, avalia Antonio Pita.
Na área de empreendedorismo, Monique Evelle, considerada uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina, é a articuladora. Empreendedora desde os 16 anos, ela é mentora e formadora de novos empreendedores no Brasil, através da Inventivos, empresa que auxilia na criação de novos negócios. É Membro do Conselho Jovem, do Pacto Global da ONU, do Conselho Consultivo da Reprograma e do Consulado dos Estados Unidos e, como consultora, já auxiliou diversos clientes como Google, Natura, UOL, Nubank, Ambev e outros.
“Vamos conectar para potencializar, e reunir os talentos de Salvador com marcas, iniciativas e investidores que se conectam ao princípio do relacionamento e da oportunidade, que faz com que novos negócios tenham sucesso. Isso faz com que os fundadores e fundadoras de novos negócios queiram permanecer em Salvador. Espero que o Salvador Capital Afro seja um espaço de identificação, de formação e que possibilite conexões duradouras”.
Inovação para o Turismo local
Simone Costa, especialista em Turismo do Prodetur Salvador, explica: “desde o primeiro dia, lutamos para executar um trabalho inovador, fora da caixinha, que mexesse com o segmento e criasse condições de desenvolvimento e a inclusão do afroempreendedorismo local. Estamos realizando esse sonho”.
Com a expectativa de receber em torno de 10 mil pessoas no Festival, a Prefeitura de Salvador acredita que a ação chega para dar ainda mais protagonismo à cultura negra e fortalecer o afroempreendedorismo soteropolitano. Para Iuri Mattos, coordenador geral do Prodetur Salvador, “o Festival Salvador Capital Afro resume em grande estilo uma série de ações estruturantes para o fortalecimento da indústria turística e criativa soteropolitana e está sendo organizado para ser um marco na cidade”.
O projeto tem financiamento do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e é mais uma ação implementada do Plano de Desenvolvimento do Turismo Afro em Salvador.
Para saber tudo sobre o Festival Salvador Capital Afro, acompanhe o sitehttps://salvadordabahia.com/