Abav-SP avalia viagens de Natal, Ano Novo e Férias
Marcos Balsamão presidente da ABAV-SP / Divulgação
O presidente da Abav-SP, Marcos Balsamão, analisa o cenário que abrange a temporada verão 2016/17 do mercado de viagens e turismo. Os dados são apurados a partir do Estado de São Paulo, que concentra mais de 50% da movimentação dos negócios do setor no Brasil. Historicamente, 60% da procura neste período vinham se concentrando nas viagens internacionais. Hoje, verifica-se uma inversão: 60% da procura são para as viagens domésticas.
Abaixo, Marcos Balsamão responde a perguntas relacionadas ao tema, com base na sua condição de dirigente setorial e de empresário experiente no setor de agenciamento de viagens.
1 – Que destinos internacionais se mostram como os mais convidativos?
Marcos Balsamão: Entre os destinos internacionais mais procurados para férias, Natal e Réveillon, estão: EUA (Orlando e Miami), Caribe (Punta Cana, Cancun, Curaçau em destaque), América do Sul (Argentina, Santiago do Chile e Punta del Este), Europa (Lisboa, Madrid, Paris e Londres – devido à redução do preço com a saída do Reino Unido da CEE) e outros continentes (Ásia e África). Tradicionalmente, 60% da procura neste período eram para viagens internacionais. Atualmente, há uma inversão. Ou seja: 60% da procura são para as viagens domésticas.
2 – E dentre os nacionais, quais são os mais procurados?
MB – Capitais do Nordeste, Rio de Janeiro (Cruzeiros no Réveillon), Gramado (Natal Luz), Camboriú e Resorts no interior do Estado de São Paulo. Cabe aqui destacar o fato da crise estimular viagens de curta duração – o que favorece o mercado receptivo no Estado de São Paulo, também o maior mercado emissivo do Brasil. Ou seja: o Estado de São Paulo concentra mais de 50% da movimentação nacional de viagens e turismo.
3 – Com base na movimentação de 2016, quais as perspectivas para 2017?
MB – O que se sabe, de maneira categórica, é que o brasileiro incluiu ‘viajar’ na sua cesta de consumo e passou a valorizar a viagem de férias como item de primeira necessidade (ainda que mais curta e de menor custo). Independentemente da idade ou classe social, a tendência é aumentar a procura pelos serviços de consultoria profissional, capazes de agregar valor à escolha de destinos, rotas, roteiros, meios de transporte, de hospedagem, contratação de serviços receptivos e acessórios.
Cabe acrescentar sinais nitidamente positivos emitidos por players de notória importância para a indústria turística:
a – A Gol terá 5 mil voos extras neste verão. E outras aéreas devem oferecer mais assentos já em dezembro. O conjunto dos sinais induzem à crença de que 2017 será melhor do que 2016. Registrou, também, aumento de 30% nas vendas de cruzeiros marítimos.
b – A maior operadora de turismo no Brasil confirmou recorde de mais de R$ 500 milhões em vendas em um único mês (outubro próximo passado), obtendo lucro de R$ 142,3 milhões publicado no balanço do 3º trimestre/16.
c – A American Airlines anunciou reforço de voos do Rio de Janeiro para a alta temporada.
d – Em termos percentuais, trabalhamos com a expectativa de aumento de demanda entre 5% a 6%.
e – Segundo o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, prevê-se também aumento no fluxo de visitantes estrangeiros ao país na próxima temporada: 11%.
4 – Qual o papel do novo agenciamento de viagens nesse contexto?
MB: Cada vez mais, as agências de viagens participam de treinamentos e motivam suas equipes a frequentarem os cursos de atualização ofertados gratuitamente pela entidade, em sistema de EaD. Por exemplo, nas áreas “locação de veículos” e “venda de seguro viagem”. Isso porque, cabe ao novo agente de viagens prover o consumidor de informações que garantam economia, redução de risco e com atendimento sob medida ao perfil de cada viajante ou estilo de viagem.