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    Porandubas Políticas – Por Gaudêncio Torquato – 30/10/2019


    O sabiá do senador
    Quando senador pelo Rio Grande do Norte, Agenor Maria (sindicalista rural, falecido em 1997), visitando o município de Grossos, foi interpelado pelo prefeito Raimundo Pereira.- Estamos precisando de uma escola para a comunidade de Pernambuquinho.De pronto, Agenor garantiu-lhe apoio à proposição. Semanas depois, um telegrama traz a boa-nova ao prefeito.- Escola está assegurada. Mande-me o croqui.Tomado pelo espírito de gratidão, Raimundo visita Agenor para agradecer o empenho, carregando uma gaiola à mão. Diante do senador, que estranha o acessório, Raimundo vai logo se explicando.-Eu não peguei um concriz como o senhor pediu, mas trouxe esse sabiá. O bichinho canta que é uma beleza.(Historinha narrada em Só Rindo 2, de Carlos Santos)Uma cutucada aqui, outra aliO jogo parece combinado. Vez ou outra, o Twitter do presidente Bolsonaro aparece com adjetivos e verbos ácidos na direção de instituições e protagonistas da política. Desta feita, o ataque pegou meio mundo: OAB, CNBB, o próprio partido – PSL -, movimento feminista, Greenpeace, Lei Rouanet, CUT, partidos de oposição ao governo (PT, PC do B), órgãos de imprensa e, pasmem, até a ONU e o STF. Todas essas instituições são hienas e ele, um leão, cercado. Mais que cutucar a onça com vara curta, o destempero do presidente é um atentado ao bom senso. Ganhou dura resposta do decano do Supremo, ministro Celso de Mello, que considerou a postagem “um atrevimento sem limites”. Passado o impacto, a desastrada mensagem foi apagada. E o presidente pediu desculpas. Mais uma dos filhos? Jogo combinado?Com o príncipeAntes de se reunir com o mandatário da Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro disse que possui “certa afinidade” com o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman. Segundo ele, “todo mundo” gostaria de passar uma tarde com um príncipe, “principalmente as mulheres”. O mancômetro de sua Excelência está com defeito.Cada fatia com 1/3Até quando veremos o país dividido e polarizado? Não há previsão de harmonia, convergência, integração de propósitos no curto prazo. As razões são por demais conhecidas: interesse do presidente Jair Bolsonaro em manter acesa a fogueira da polarização; interesse do PT e seus satélites em cutucar o bolsonarismo, usando-o como alvo até as eleições de 2022; incertezas e dúvidas das áreas centrais sobre o amanhã do país. Bolsonaro governa para 1/3 da população; 1/3 habita o território da oposição e um pouco mais de 1/3 fixa-se, por enquanto, no centro, um olho olhando para a esquerda, outro para a direita.MaquiavelÉ dele o conceito: “Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas“.Os fogueteirosAo contrário do que se pode supor, amainar a ferocidade dos exércitos em luta tem sido tarefa impraticável. Porque as estocadas de ambos os lados crescem, não diminuem. Para complicar, os batalhões bolsonaristas contam com fogueteiros que têm prazer em expandir as chamas. Entre esses, destacam-se o chanceler Ernesto Araújo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. São ácidos no combate. Conservadorismo radical.Os três mosqueteirosJá os filhos Flávio, Eduardo e Carlos formam a tríade de defesa do presidente. A contenda sobre eles e em torno deles não tem prazo para terminar. Pois o novelo continua sendo puxado, envolvendo os três. O ex-assessor Queiroz acaba de sinalizar um “cometa” do MP que querem “enterrar na gente”. E abre mais polêmica. É áudio vazado quase todos os dias. O presidente responde: cada qual vive suas vidas. Não é responsável pela vida dos outros. Esse ambiente de querelas, fofocas, disputas no PSL vai continuar a poluir a esfera política.As eleições de 2020O vestibular para 2022 tem uma escala em 2020 com a eleição de 5.570 prefeitos. O bolsonarismo, na hipótese de continuidade da polarização, deve formar uma base em torno de 1.800 prefeitos, com números aproximados para a esquerda e um pouco mais para os espaços centrais, ocupados por grandes estruturas e partidos. A incógnita que poderá empurrar os polos ideológicos contrários para maior ou menor quantidade será o desempenho da economia. Se registrarmos até meados do próximo ano melhoria no bolso e maior conforto familiar, certamente a extrema direita contará com esse formidável cacife. A recíproca é verdadeira.Regiões e circunstânciasNo balcão das oportunidades, a região Nordeste, com seus quase 30% de eleitores, terá papel decisivo na composição da base política que impulsionará o pleito de 2022. O Nordeste padece o maior desastre ambiental do país em todos os tempos. O governo chegou atrasado para cuidar dessa crise que começou há meses com os primeiros volumes de óleo inundando as praias. O tal ministro desbocado Ricardo Salles passou alguns minutos em visita a algumas praias. Para falar lorotas. Providências mesmo só apareceram quando o general Mourão, o vice-presidente no cargo de presidente, disponibilizou contingente das Forças Armadas. Mas o presidente Bolsonaro até o momento não visitou as praias invadidas pelo óleo.O que poderá ocorrerCertamente vai haver cobrança ao presidente pelo fato de não ter ido ao Nordeste ver o tamanho da tragédia. E isso abre polêmica e desperta animosidade. Não há dúvidas que a ausência do presidente esquentará o discurso eleitoral. O sentimento de rejeição ao Nordeste pode ser respondido com o sentimento de rejeição aos candidatos bolsonaristas. Atenção: uso, aqui, a possibilidade. Pode ou não ocorrer. A depender, mais uma vez, da questão econômica e das circunstâncias que se formarão ao longo dos próximos meses. Muita água correrá ainda pelas margens litorâneas até outubro de 2020. A conferir.DuvergerMaurice Duverger, o renomado estudioso francês dos sistemas políticos, lembra: “o Brasil só será uma grande potência no dia em que for uma grande democracia. E só será uma grande democracia no dia em que tiver partidos e um sistema partidário forte e estruturado“.O peso de SP e MinasSão Paulo e Minas lideram o eleitorado brasileiro, o primeiro com cerca de 35 milhões de votos, o segundo com mais de 16 milhões. O voto mineiro é uma síntese do voto nacional. MG é um Estado que reúne brasileiros de todos os recantos. E São Paulo é, por excelência, o território do voto racional. O voto da capital é mutante. O eleitor vota de acordo com suas demandas e respostas dos protagonistas da política. Esses dois Estados são os polos que vão funcionar como a pedra jogada no meio da lagoa: as marolas formadas pela direção dos votos paulistas e mineiros chegarão até as margens longínquas.Convivência ou litigiosidade?Como o Brasil vai se relacionar com a Argentina comandada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner? O gesto do presidente eleito – o L do Lula solto – não caiu bem. Falta de envergadura litúrgica. Ou seja, as relações entre Brasil e Argentina começam sob a sombra de Lula preso. E da resposta dura de Bolsonaro: os argentinos escolheram mal. E mais, disse ele: o gesto pedindo a soltura de Lula é “afronta à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro. Uma pessoa condenada em duas instâncias. Outras condenações a caminho. Ele está afrontando o Brasil de graça”.Toffoli, a grande jogadaO presidente do STF, Dias Toffoli, prepara uma jogada de mestre. O adiamento da votação da Corte no capítulo da prisão após a 2ª instância faz parte da estratégia do magistrado para deixar as águas correrem e verificar a direção dos ventos soprados pela opinião pública. In médium virtus – a virtude está no meio. Como há um sentimento de repulsa a eventual decisão do Supremo no sentido de mudar mais uma vez o instrumento, Toffoli deve optar por um meio termo. Ou seja, a condenação na 3ª instância, no STJ, já abriria a possibilidade de detenção do acusado. Seria um meio termo. O voto do presidente, portanto, mesmo sujeito a críticas, estaria atendendo aos anseios das duas bandas em querela.SólonAo ser perguntado sobre as leis que outorgara aos atenienses, Sólon, um dos sete sábios da Grécia antiga, disse: “Dei-lhes as melhores que eles podiam aguentar”.Lula vai às ruasO PT se prepara para voltar à liça, ou mais precisamente, ao centro do poder. Contando com sua liberdade, Luiz Inácio quer fazer uma baciada de prefeitos. Daí a recomendação para que seu partido apresente candidatos no maior número de cidades. Quando argumentam que o PT deve integrar uma frente de oposição, ele, Lula, insiste: contanto que a cabeça de chapa seja do partido. Lula espera novamente incendiar o país.O eterno retorno?Para tanto, promete resgatar a tal Caravana da Cidadania, que correu o país antes de sua eleição em 2002. Em suma, a síndrome de Sísifo pode baixar, mais uma vez, por nossas plagas. P.S. Sísifo, o condenado pelos deuses a levar uma pedra nos ombros e depositá-la no topo da montanha. Quando está prestes a conseguir o feito, a pedra rola ao sopé da montanha. Sísifo vai tentar mais uma vez. Jamais conseguirá. Fará isso por toda a eternidade. Brasil do eterno retorno.Um conto com ZéZé caiu num poço profundo. Desesperado, tentava, por horas seguidas, escalar as paredes. Quando conseguia subir alguns metros, caía novamente. Obcecado pela ideia de se salvar, não percebia a corda lançada por um desconhecido que por ali passava. Zé não conseguia nem ouvir o apelo:- Pegue a corda, pegue a corda.Surdo, a atenção voltada para a tarefa, só reagiu quando sentiu a dor de uma pedra jogada nas costas. Furioso, olhou para o alto, viu o desconhecido e gritou:- O que você deseja? Não vê que estou ocupado? Não tenho tempo para preocupar-me com sua corda.E recomeçou o trabalho.Depois de pedradas insistentes nos costados e um intenso clamor cívico, Zé felizmente começou a despertar do estado catatônico em que se encontrava, saindo do poço profundo.Esse pequeno conto cai bem nesse instante em que o Brasil abre as cortinas de um novo ciclo político. Zé é a imagem de uma sociedade que sai de seu torpor e busca os próprios caminhos. Evitando a mistificação de populistas e demagogos. 
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    PEQUENAS LIÇÕES DE GRANDEZA GAUDÊNCIO TORQUATO.

    Em Seis Propostas para o Próximo Milênio, palestras que pronunciaria durante o ano letivo de 1985-86, na Universidade de Harvard, se a morte súbita não interrompesse sua obra, Ítalo Calvino, o grande escritor italiano nascido em Cuba, tratou de objetos literários que gostaria que a humanidade preservasse na nova era. 

       Trata-se de uma das mais belas coletâneas de pensamento a respeito da complexidade das estruturas narrativas. Apesar de o foco centrar-se nos valores literários, não há como deixar de projetar seu engenhoso ideário para o campo da vida social e política. 

       Na trilha das propostas, roguemos que os nossos governantes e políticos tornem-se compromissários do valor da leveza, o primeiro dos seis. Diante da constatação amarga de que o esforço do governo para resgatar nossa economia não tem quase alterado o mapa do desemprego e melhorado a vida da população, nossas preces apelam para que o país seja capaz de iniciar a correção da monstruosidade registrada pelo IBGE: o rendimento total dos 10% mais ricos é superior à soma dos 80% mais pobres; em 2018, o rendimento médio mensal do 1% da classe mais rica do país foi de 27.744 reais, enquanto os 50% mais pobres tiveram rendimento médio de 820 reais, valor 33,8 vezes menor que os mais abastados.

       Não se exige a leveza literária dos termos do escritor italiano, mas a leveza de um cotidiano tranquilo, menos inseguro, mais farto na cozinha, prazeroso, menos cáustico. Não dá para postergar. A vida é cada vez mais breve. As coisas precisam ser feitas com urgência. Não esperem os governos pelo último ano das administrações.

       Já o segundo valor, a rapidez, preenche as expectativas das ruas, sendo a resposta que o povo quer nesse ciclo de explosão das comunicações. Brasileiros estão cansados de ouvir a lengalenga dos idos dos nossos bisavós, que, por décadas, ouviram a cantilena de políticos: “Vamos construir a Pátria dos nossos filhos”.

       Urge reconstruir a Pátria, já, sem delongas. O amanhã é hoje e pede soluções para cidades de todos os tamanhos devastadas pela incúria de más administrações. Lincoln ensinava: “Podeis ludibriar uma parte do povo durante o tempo todo, ou o povo durante algum tempo; mas não podereis ludibriar todo o povo durante todo tempo”.

       O Brasil que ressurgiu da eleição de outubro de 2018 espera por exatidão, esse valor tão massacrado nesses tempos de fake-news. Precisamos banir do nosso dicionário o refrão nazista de que uma mentira repetida três vezes torna-se verdade no quarto relato. Precisamos banir perfis inescrupulosos, a mentira, a promessa mirabolante, a hipocrisia do crocodilo que, chorando, atrai a presa para devorar.

       Bobbio, outro italiano, em sua obra, chama a atenção para dois fenômenos adversos e estritamente ligados: o poder oculto ou que oculta, isto é, que se esconde, escondendo.

       As malhas do poder invisível carecem ser escancaradas. Daí a necessidade de darmos força à visibilidade para se possa acreditar nos governantes e nos representantes do povo. O País não aceita viver sob dois Estados, o visível e o invisível, este operado por estruturas corrompidas, gabinetes secretos, decisões políticas longe dos olhares do público. O “poder mascarado” produz metástases que maltratam a alma da Nação.

       Nossa cultura miscigenada abriga valores nobres da vida – o respeito, a lealdade, a fé, o companheirismo, a dignidade, a ética. Há uma vontade plural no país que merece ser respeitada.

       Trata-se, assim, de observar e promover a multiplicidade (o quinto valor) dos sujeitos, das vozes, dos olhares sobre a nossa realidade. A pluralidade étnica, social, econômica e cultural do País constitui referência para o planejamento e administração de políticas públicas. Essa visão múltipla sobre o País recomenda a mobilização de todas as classes e categorias profissionais, atribuindo-se a cada uma seus deveres e direitos.

       A última lição de Calvino trataria do tema da consistência. Nesse caso, fiquemos com sua intenção de resgatar o valor da responsabilidade nas atitudes e ações, que implica seriedade, densidade, peso. O contraponto é a improvisação, a irresponsabilidade, a tibieza. 

       O Brasil, ao final de segunda década do novo milênio, precisa resgatar o valor da humanidade, esse que mereceu de Confúcio a máxima: “a humanidade é mais essencial para o povo do que água e fogo. Vi homens perderem sua vida por se entregarem à água ou ao fogo; nunca vi alguém perder a vida por se entregar à humanidade”.

    Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação – Twitter@gaudtorquato

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    Porandubas Políticas – Por Gaudêncio Torquato – 23/10/2019

    a, 23 de outubro de 2019 As três pessoasNo confessionário, Monsenhor era rápido. Não gostava de ouvir muita lengalenga. Ia logo perguntando o suficiente e sapecava a penitência que, sempre, era rezar umas ave-marias em louvor de N. S. do Rosário. Fugindo ao seu estilo, certa feita ele resolve perguntar ao confessando quantos eram os mandamentos da lei de Deus.- São 10, Monsenhor.- E quantos são os sacramentos da Santa Madre Igreja?- São 7, Monsenhor.- E as pessoas da Santíssima Trindade, quantas são?- São 3, Monsenhor.Monsenhor, notando que o confessando só sabia a quantidade, pergunta rápido:- E quais são essas pessoas?A resposta encerrou a confissão:- As três pessoas são o senhor, o dr. Didico e o dr. Zé Augusto.(Historinha contada por José Abelha em A Mineirice).Previsão inquietanteO sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, de 78 anos, está no Brasil para lançar “O fim do império cognitivo” (Editora Autêntica, 2019), em que critica “um conhecimento que é todo produzido na Europa, EUA e Canadá, e reproduzido por autores do Sul”. Faz previsão: as políticas neoliberais adotadas pelo governo Bolsonaro fazem o Brasil se aproximar de uma “convulsão social” como acontece no Chile e no Equador. Será? De onde viria a rebeldia? Classes médias? Jovens? Movimentos organizados? Tema inquietante.Chile, mau exemploO ministro da Economia Paulo Guedes esperava coroar a reforma da Previdência no Brasil com o regime de capitalização e sempre citou o Chile como bom exemplo desse regime. Difícil sustentar sua tese: um dos motivos da atual revolta chilena é exatamente a capitalização, que achatou as aposentadorias. A média das aposentadorias pagas em agosto foi de US$ 200, pouco mais da metade do salário mínimo, de US$ 422.O movimento pendular…O sobe e desce na política é um fenômeno comum. Aqui e alhures. Vejam o que está acontecendo no Reino Unido. O Brexit é um sobe e desce. O primeiro ministro Boris Johnson garante que a saída do UK da Europa se dará, faça chuva ou faça sol, dia 31 deste mês. O Parlamento o obrigou a pedir adiamento do Brexit. E no ar cresce a bolha da interrogação: até quando vai essa novela? Se a velha democracia inglesa é assim, o que dizer das democracias incipientes?… Na políticaAqui, o delegado Waldir comemorou intensamente a vitória no PSL, que garantiu até sexta sua posição de líder do partido na Câmara. Segunda, o líder do governo, o major Vitor, apresentou à Secretaria da Câmara outra lista, desta feita com 29 parlamentares, sacramentando como líder do PSL o nome do 03, Eduardo Bolsonaro. Significa que essa crise no partido vai longe. A ala perdedora, do presidente Luciano Bivar, naturalmente rejeita a escolha do 03. Resta saber como vai se comportar no Congresso daqui para frente em relação às propostas do governo. P.S. Os bivaristas até gostariam de indicar mais um delegado para a liderança do PSL: Marcelo Freitas, do PSL-MG.O fim do “mistério 03”A história soava estranha: indicar o filho Eduardo para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, comprar briga feia para ele assumir a liderança do partido na Câmara dos Deputados. O próprio presidente Bolsonaro começa a levantar a ponta do véu: disse no Japão que o filho 03 é quem vai decidir se vai para Nova York ou se fica no Brasil para “pacificar o partido e catar os cacos” deixados pela crise interna. Supõe-se, portanto, que as chances do filho ganhar a aprovação do Senado para a embaixada eram bem pequenas. Evita-se assim mais uma derrota no Congresso.Mais um olavistaO indicado para os Estados Unidos será mesmo Nestor Foster, diplomata de carreira, amigo do chanceler Ernesto Araújo e olavista de carteirinha.Crise na representaçãoEsse movimento pendular apenas reforça o que temos vivido: a crise crônica da democracia representativa. Crise essa que aponta para um conjunto de fatores, dentre outros: o declínio das ideologias/arrefecimento doutrinário; o declínio dos partidos; o declínio dos Parlamentos; a desmotivação das bases; a perda de força das oposições; as promessas não cumpridas pela democracia (a educação para a Cidadania, o combate ao poder invisível, o combate às oligarquias, a transparência dos governos), enfim, o descrédito na política.A tinta na canetaPara complicar, temos, aqui e por aí, um presidencialismo de cunho imperial. Herança ibérica – Portugal e Espanha. O poder quase insuperável dos soberanos foi passado aos donos do poder no início da colonização. Temos, ainda, a herança do império inca, com a incomensurável força dos caciques. Hoje tudo isso se resume ao poder da caneta. Que nomeia, desnomeia, atrai, coopta, compra, enfim, estabelece a dependência dos representantes ao mandatário com sua caneta cheia de tinta. Nosso presidencialismo é soberano.Os ismosJunte-se a isso a coleção de nossas mazelas, fruto da árvore do patrimonialismo, que fixou raízes lá atrás, em 1534, por exemplo, com D. João III criando 15 capitanias hereditárias e escolhendo amigos para delas tomar conta. O negócio privado começou a adentrar o terreno do Estado. Ismos: caciquismo, grupismo, mandonismo, nepotismo, familismo, fisiologismo – galhos podres da árvore patrimonialista. É difícil expurgar esses tumores que vão e voltam nas ondas dos ciclos políticos. Mas é possível distinguir uma luz no fim do túnel? Sim. Quando fizermos a maior revolução que uma Nação pode fazer a luz será incandescente: a revolução da Educação. Só mudando as cabeças pensantes se muda um país.A renovaçãoDiz-se que a última eleição, a do Bolsonaro, foi a abertura de uma nova era. É verdade? Em termos. Vimos a renovação da Câmara em 53%. Mas não significa que os novos surgidos representam necessariamente renovação. Muitos são jovens e, sem querer machucar ninguém, muitos têm pensamento dinossáurico. Obsoleto. A mudança de mentalidade não ocorre por decreto. Demanda o tempo de gerações. Observamos mentalidade renovadora, sim, em alguns estratos, mas ainda não dispomos de força no Congresso para dar ao país o que ele precisa. O primeiro passo está sendo dado.A organicidade socialTenho lembrado sempre: a sociedade brasileira está se organizando bem. Temos cerca de 400 mil organizações não governamentais, todas constituídas legalmente. Acrescente-se a esse conglomerado cerca de mais um tanto de entidades informais. O Brasil novo é este, o das organizações horizontais, de categorias profissionais, gêneros, minorias étnicas e raciais, etc. As mulheres, graças, estão se empoderando. Os conceitos de direitos, igualdade e liberdade se expandem. Por isso, temos muitas lutas pela frente. Contra quem?Os fundamentalistasHá, infelizmente, em nosso habitat uma população vocacionada para defender o atraso. Samuel Huntington, o prestigiado professor de Harvard, já descreveu as proporções da grande ameaça da Humanidade: o paradigma do caos, formado pela quebra no mundo inteiro da lei e da ordem; pelas ondas de criminalidade, o declínio da confiança na política, a desagregação dos valores da família, os cartéis de droga. E apontava o fundamentalismo islâmico como ameaça ao ideário das sociedades democráticas. Conflitos étnicos e de origem religiosa banham grande parte do nosso planeta. E por aqui, estamos começando a temer uma escalada fundamentalista. Uma corrente que quer puxar o Brasil ao passado.A política é missãoO declínio dos fenômenos da política, acima descritos, se dá ainda pelo fato de termos substituído o conceito de missão para profissão. Os eleitores começam a execrar os representantes, passando a eleger perfis que expressem inovação, mudança, virada de mesa. O desinteresse pela política se explica pelos baixos níveis de escolaridade e ignorância sobre o papel das instituições e pelo relaxamento dos políticos em relação às causas sociais. Este fenômeno – a distância entre a esfera pública e a vida privada – se expande de maneira geométrica.Na GréciaNa Grécia antiga, a existência do cidadão se escudava na esfera pública. Esta era sua segunda natureza. A polis era espaço contra a futilidade da vida individual, o território da segurança e da permanência. Até o fim da Idade Média, a esfera pública se imbricava com a esfera privada. Nesse momento, os produtores de mercadorias (os capitalistas) invadiram o espaço público. É quando começa a decadência. Na primeira década do século 20, acentua-se com o declínio moral da classe governante. Assim, o conceito aristotélico de política – a serviço do bem comum – passou a abrigar o desentendimento.A bagunçaPor aqui, o estado de não cumprimento da lei se espraia. O nome disso é anomia. A ruptura no império da ordem assume proporções fantásticas. Alguém pode argumentar que somos bem diferentes do Oriente Médio, onde os conflitos ocorrem diariamente, e estamos bem distantes de tsunamis e terremotos que afligem populações do sudeste asiático. Peca-se por excesso de confiança ou por ausência de informação? Sabem por quê? Morrem, no Brasil, 56 mil pessoas por ano vítimas de arma de fogo. Uma leva de crianças sucumbe de inanição, desnutrição e doenças tropicais. Dados mostram mais de 50 milhões de brasileiros vivendo sob um apartheid social. Quando se pensava que doenças, como dengue e o sarampo, teriam sido banidas por ações preventivas, eis que ressuscitam. E até em Estados avançados como São Paulo.E a solidariedade?Somos um povo solidário ou já fomos mais solidários no passado? Há quem diga que estamos vivendo na selva dos conflitos. Cada um por si. O humanismo tem diminuído na esteira da competitividade. Será que estamos vendo leões atracando gazelas? A historinha é emblemática: “Toda manhã, na África, uma gazela desperta. Sabe que deverá correr mais depressa do que o leão para não ser devorada. Toda manhã, na África, um leão desperta. Sabe que deverá correr mais que a gazela para não morrer de fome. Quando o sol surge, não importa se você é um leão ou uma gazela: é melhor que comece a correr“.BarbárieInfelizmente, esse relato de Domenico De Masi ainda é exibido em ambientes de trabalho como profissão de fé de executivos e dirigentes empresariais. À primeira vista, parece um bom conselho para quem quer vencer na vida. Trata-se, porém, de uma exaltação à barbárie. Basta intuir que, pelo conselho, “leões humanos” (aspas nossas) são autorizados a agarrar “gazelas humanas” (aspas nossas), que, apavoradas, devem se desdobrar para realizar suas tarefas ou a se esconder para fugir das intempéries do trabalho (ou dos ataques dos leões). É evidente a estimulação ao instinto da violência, ao cultivo dos perfis agressivos, às lutas por espaço e poder, às táticas aéticas e aos golpes traiçoeiros, tudo justificado pela necessidade da competitividade.Doenças da políticaPor fim, temos de combater as doenças mais recentes do nosso corpo político. Pinço, aqui, algumas mais destacáveis:a) O familismo no Executivo – A influência dos três filhos do presidente da República chamusca a ideia de lisura, zelo e ética no Governo.b) O partidarismo no Judiciário – Por mais que os ministros do STF digam que seu compromisso é com Carta Magna, eleva-se a impressão que alguns agem como integrantes de partido político.c) O fisiologismo no Parlamento – O balcão de trocas tem diminuído, mas o fisiologismo ainda carimba a feição de grande parcela de nossa representação.d) O assistencialismo ao setor produtivo – Também é possível anotar certo avanço da produção na direção da competitividade. Mas o assistencialismo a alguns setores atravanca os passos do país na direção do amanhã.e) O exclusivismo nos partidos – Regra geral, os partidos continuam atrelados às velhas formulações. Seus integrantes lutam por interesses pessoais. Deixam os interesses nacionais ao lado, se suas ambições não forem contempladas.f) A improvisação na gestão pública – Governos de todas as instâncias deveriam profissionalizar ao máximo as estruturas, visando a consecução de serviços públicos melhores e eficazes.Notinhas de pé de página– Denúncia a ser apurada: a ex-líder Joice Hasselmann garante que assessores e filhos de Bolsonaro usam as redes sociais com perfis falsos.- Lula se prepara para ser a estrela mais brilhante da campanha de 2020. Correndo o Brasil e aparecendo na TV. Volta do PT está na moldura dele.- A linguagem de baixo calão usada por alguns parlamentares do PSL – em acusações uns contra outros – envergonha qualquer cidadão.- O óleo vazado que inunda as praias do Nordeste é mais uma vergonha que mancha a frente de controles do Governo. Como é possível não se descobrir a origem do óleo?- Alckmin sinaliza interesse em se candidatar ao governo de SP em 2022. Um puxão de orelhas no governador João Doria, considerado até por amigos como “protótipo da ingratidão”.
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    A PIDERNIRE – Gaudêncio Torquato.

    A PODERNITEGAUDÊNCIO TORQUATO    Os governantes, regra geral, padecem de grave doença: a podernite. Que afeta, sobretudo, membros do Poder Executivo, a partir do presidente da República, governadores e prefeitos, podendo, ainda, pegar protagonistas de outros Poderes e os corpos da burocracia.   Como todas as ites, trata-se de uma inflamação, que, ao invés de atacar o corpo, invade a alma. Podemos designá-la como a “doença do poder’”. Se alguém quiser associá-la ao egotismo, a importância que uma pessoa atribui a si mesmo, está correto, pois os conceitos são próximos.   O presidente Bolsonaro, vez ou outra, avisa que o poder é dele. Inclusive, o poder da caneta BIC, substituída pela caneta Compactor, quando tomou conhecimento que a primeira é de origem francesa. (Bolsonaro, lembremos, azucrinou o presidente Emmanuel Macron por conta da questão amazônica). O STF, nos últimos tempos, tem pontuado: em última instância, o poder é nosso. A decisão de conceder aos delatados a condição de serem os últimos a falar nas investigações da Lava Jato é um exemplo do poder da última palavra.   O Legislativo, assustado com a invasão de suas competências e queixoso da debilidade do governo na frente da articulação política, assume papel de protagonista principal em matéria de reformas. Nesse ciclo de grandes interrogações, cada qual quer ter mais poder. Até porque no vácuo, um poder toma o lugar de outro.   O poder traz fruição, deleite, sentimento de onipotência. Governantes e até burocratas se acham donos do pedaço, tocados pela ideia de que são eles que conferem alegrias e tristezas, fecham e abrem horizontes, fazem justiça.   A podernite tem graus variados de metástase. Nos homens públicos qualificados, talhados pela razão, os tumores são de pequena monta. Nos Estados mais desenvolvidos, com culturas políticas mais evoluídas, a doença não se espalha muito porque as críticas da mídia e de grupos formadores de opinião funcionam como antivírus. Nos Estados menos aculturados, dominados por estruturas paternalistas e sistemas feudais, a doença geralmente chega a graus avançados.   O primeiro sintoma da doença é a insensibilidade.  Só ouve o que quer ouvir. O grito rouco das ruas é para eles uma sinfonia distante. Da insensibilidade, deriva a arrogância. Governantes transformam-se em soberanos, querendo que cidadãos vistam o manto de súditos e achando que os programas governamentais constituem um favor e não um dever. Nessa esteira, desenvolve-se o assistencialismo, com pequenos sacos de migalhas distribuídas a esmo.   A construção da identidade de um Governo transforma-se, assim, em culto à personalidade, sob os aplausos da plêiade de amigos e oportunistas. Alguns governantes descobriram as vantagens das redes sociais e capricham no envio de mensagens, vídeos e fotos sobre sua performance,  desprezando a sábia lição de nossos avós: “elogio em boca própria é vitupério”.   O obreirismo inconsequente também passa ser eixo das administrações, no fito de fixar marcas. E é porque faltam recursos. Vivemos momentos de quebradeira geral. Mas o “balonismo pessoal” (fenômeno de enchimento do balão do ego) é impulsionado por levas de áulicos. Ocorre que o Produto Nacional Bruto da Felicidade – o PNBF – não sobe. Os bolsos continuam secando. E a indignação social se expande.   Por isso, as pessoas se afastam dos governantes. Só mesmo grandes sustos – como queda de popularidade – trazem-nos à realidade. Nesse momento, percebem que o poder é uma quimera. Volta-se contra eles mesmos.   Senhores, esta é a dura realidade: a glória mítica de palanques, os palácios, os ministérios e as instâncias da Justiça são coisas passageiras. Mudam como as nuvens. (A propósito, as caravanas que pediam Lula Livre hoje se mobilizam para pedir o Lula Preso. Porque da sede da PF em Curitiba onde está, ele consegue fazer mais barulho do que em seu apartamento de São Bernardo do Campo). Eita, Brasil mutante, ou se quiserem, Brasil do chiste.   Só faltava essa: O procurador de Justiça de Minas Gerais, Leonardo Azeredo dos Santos, ganha R$ 24 mil mensais e garante que esta quantia é um “miserê”. O que dirão os milhões de brasileiros desempregados ou aqueles que põem no bolso o mísero salário mínimo?   Os pacientes de podernite agem como Vespasiano, o Imperador, que, na beira da morte, ficava gracejando numa cadeira: Ut Puto Deus Fio (Parece que Me Transformo num Deus).    Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação – Twitter@gaudtorquato
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    Dados, projetos e parcerias promissoras foram anunciados durante o III Fórum CLIA Brasil 2019.

    Evento aconteceu na sede do Ministério do Turismo, em Brasília

     

    O III Fórum CLIA Brasil 2019, que aconteceu na última quarta-feira (28), na sede do Ministério do Turismo, contou com anúncios de dados, projetos e parcerias promissoras para o setor de Cruzeiros.

     

    O evento, organizado pela CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), chegou a sua terceira edição e trouxe um dia de debates e trocas de informações, com o intuito de estimular a reflexão a respeito dos desafios da retomada do crescimento desta atividade no país. “O objetivo da Clia é melhorar o ambiente de negócios para atrair mais navios de cruzeiros, abrir portas para os destinos, fortalecer o turismo e ter uma parceria de sucesso com o país e com as comunidades, já que nosso setor é forte gerador de empregos e de renda”, disse a presidente do Conselho da CLIA Brasil, Estela Farina.

     

    Entre os participantes desta edição estiveram a presidente e CEO da Clia Global, Kelly Craighead, o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, o Presidente da FRENTUR, Dep. Federal Herculano Passos, o Pres. Da Comissão de Turismo, Dep. Federal Newton Cardoso, além de muitos outros nomes importantes da indústria.

     

    Na cerimônia de abertura, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, anunciou

    que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estuda disponibilizar uma linha de crédito para construção de 15 portos no Brasil. “O presidente do BNDES entrou nesta parceria conosco e irá financiar portos para que esses locais sejam atrativos para os turistas. Eles terão shoppings, lojas, restaurantes e hotéis para receber com mais conforto. Ter infraestrutura é muito importante para desenvolver os cruzeiros no país”, disse Marcelo.

     

    Para a CEO da Clia Global, Kelly Craighead, o Brasil é um país incrível e o objetivo da CLIA é criar oportunidades para beneficiar a todos, gerando desenvolvimento econômico, emprego e promover os destinos nacional e internacionalmente. “Os cruzeiros nos últimos dez anos apresentaram crescimento e, em 2019, a expectativa é transportar 30 milhões de passageiros. Mas, além disso, o principal é o setor poder oferecer a esses passageiros experiências e oportunidades diferenciadas. Inovação e tecnologia fazem parte dessa experiência. E hoje o setor está muito preocupado com a responsabilidade que vem junto a todo esse crescimento”, declarou.

     

    No primeiro painel do Fórum, Marco Ferraz falou sobre o potencial do setor. “Os norte-americanos são os principais passageiros do mercado com mais de 13 milhões de pessoas. Com a isenção de vistos, nosso objetivo é conseguir atrair esses viajantes para a costa brasileira. Já no Brasil, apenas 0,25% da população faz cruzeiros. O que significa que há um potencial enorme de crescimento”.

    O executivo também apresentou o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil – Temporada 2018/2019, levantamento realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que traz dados inéditos do setor no Brasil e no mundo.

     

    No Brasil, a temporada 2018/2019 de Cruzeiros Marítimos (que teve início em 13 de novembro de 2018 e encerrou-se em 18 de abril de 2019) foi responsável por um impacto econômico de R$ 2.083 bilhões na economia do país. Esse número, que engloba tanto os gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias marítimas, quanto os gastos de cruzeiristas e tripulantes, foi 16,2% maior em comparação ao período 2017/2018, o que significa um acréscimo de R$ 291 milhões.

     

    Foram exatos 841 dias de navegação, com sete navios operando na costa brasileira, transportando, aproximadamente, 462 mil cruzeiristas (crescimento de 10,5% ante os 418 mil anteriores). Além disso, o setor de cruzeiros gerou 31.991 postos de trabalho na economia brasileira, 15,3% a mais que no período anterior.

     

    Com a presença de importantes nomes de cada segmento, o evento ainda debateu os desafios da regulação  do setor; como os destinos estão trabalhando suas atrações e receptividade; trabalho a bordo e o direito internacional; investimentos e competitividade nos terminais de passageiros; e foi finalizado pelo tema: navios e meio ambiente, que entrou de vez na agenda prioritária dos cruzeiros marítimos, e que é essencial para o sucesso da indústria. As companhias estão comprometidas a implementar normas para a preservação do meio ambiente, como o investimento em tecnologias de combustíveis limpos, reciclagem e tratamento de água e resíduos, que também fazem dos novos navios além de limpos, mais eficientes.

     

    III Fórum CLIA Brasil 2018

    28 de agosto de 2018 – das 9h às 18h

    Ministério do Turismo – Brasília – DF

     

    Co-realização: Ministério do Turismo

    Patrocinadores: Concais / Píer Mauá / Contermas / Búzios / Ilhabela

    Apoiadores: Alagoas / Atracadouro Barra Sul / Porto Belo / Trave Ace / Cartão Elo / Mannrich Vasconcelos / Fortes e Prado Advogados / Almeida Advogados / Dalazen e Pessoa Advogados

     

    Sobre a CLIA Brasil

    A CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) é um dos 15 escritórios mundiais da Cruise Lines International Association, voz unificada e principal autoridade da comunidade global de Cruzeiros Marítimos.

     

    A missão da CLIA é apoiar políticas e práticas que promovam um ambiente seguro, saudável e sustentável nos navios de Cruzeiros para os mais de 28 milhões de passageiros que viajam anualmente, bem como promover a experiência de viagem dos cruzeiros.

     

    Seus membros, comprometidos com o continuado sucesso da indústria de cruzeiros, estão compreendidos entre as linhas mais prestigiadas do mundo em Cruzeiros Marítimos, Fluviais e de Especialidades; uma comunidade de agentes de viagens altamente treinados e certificados; e outros parceiros da indústria de cruzeiros, incluindo portos, destinos, desenvolvedores de navios, fornecedores, prestadores de serviços e operadores de viagens.