ABIH

ENTIDADES HOTELEIRAS ENTREGAM CARTA AO PROCON-SP

ENTIDADES HOTELEIRAS ENTREGAM CARTA AO PROCON-SP

Iniciativa busca harmonizar as relações entre consumidores e prestadores de serviços diante do impacto do coronavírus

Representantes de importantes entidades do setor hoteleiro encaminharam nesta terça-feira (31) um documento ao Procon-SP para tentar harmonizar o relacionamento entre consumidores e prestadores de serviço diante do impacto da pandemia de coronavírus. O documento foi entregue pelos presidentes e diretores da Associação Brasileira de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH), do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOBH), da Associação Brasileira de Turismo de Luxo (BLTA) e da Associação Brasileira de Resorts (Resorts Brasil).

Os acertos foram intermediados pelo secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Vinicius Lummertz. “Não podemos permitir que os efeitos negativos do Covid-19 sejam ainda piores. A hotelaria paulista é madura, com prestadores de serviços de qualidade reconhecida. Todos foram afetados pela pandemia. Com a compreensão dos consumidores e a ajuda do Procon-SP, todos vão trabalhar para que, passada esta crise inédita, as relações de consumo possam ocorrer dentro da normalidade”, disse o secretário.

Estudo da Hotelinvest sobre o impacto da Covid-19 mostra que o setor passa pela pior crise da história. A ocupação hoteleira na capital vinha crescendo nos primeiros meses de 2020, com incremento percentual de 7% no acumulado de janeiro a 11 de março. A partir do dia 12, com o agravamento da pandemia no Brasil, as taxas de ocupação caíram drasticamente e devem ficar perto de zero nas próximas semanas.

Para o presidente da ABIH-SP, Ricardo Roman Jr., além de validar as recomendações do Procon-SP, a iniciativa busca tranquilizar o mercado. “Não nos eximimos das responsabilidades das nossas empresas na relação com os clientes. A conta gerada pela crise deverá ser paga de forma consensual, sem casuísmos e artifícios unilaterais”, afirmou Roman.

De acordo com a diretora executiva da BLTA, Simone Scorsato, é importante que haja entendimento tanto pelo consumidor como pelo produtor de viagens para a remarcação de reservas já feitas. “Esse é um momento de pausa para a saúde de todos. Por esse motivo, a remarcação de viagens deve ser feita com maior flexibilidade, sem multas, e com prazos longos após a crise”, disse Simone.

O presidente do FOHB, Orlando de Souza, garantiu que o setor tem usado todos os recursos para combater a pandemia e diminuir ao máximo o impacto na economia global. “Os esforços estão concentrados na preservação do maior número possível de empregos, diretos e indiretos. Em solidariedade aos clientes, diante da falta de entrada de receitas, e comprometendo totalmente o caixa dos estabelecimentos, negociamos uma solução de não penalização mútua para o possível cancelamento de serviços”, afirmou Orlando.

Segundo o presidente da Resorts Brasil, Sérgio Souza, o pleito da hotelaria ao Procon-SP é para que viagens e hospedagens afetadas pela pandemia não sejam canceladas, mas sim adiadas ou concedidas em forma de créditos para futuras remarcações. Sobre reembolsos, o pedido é para que, em último caso, seja permitido às empresas o parcelamento dos valores após o término da pandemia. “Este pleito tem por base duas premissas fundamentais: a interrupção de 100% do capital de giro das empresas e o pagamento de viagens e hospedagens futuras com solicitação de reembolso imediato, o que atingiria fatalmente a continuidade de sobrevivência dos negócios”, disse Souza.