Cultura

Exposição “Faca, colher & garfo: uma história” na Casa Museu Ema Klabin.

7 de maio a 31 de julhoCuradoria Paulo de Freitas CostaCom cerca de 50 peças do século XVIII ao XX da Coleção Ema Klabin, exposição traz um breve relato da história dos talheres
Exposição recria uma mesa ao estilo inglês do século XIX com peças da coleção. Foto Arquivo Ema Klabin/Divulgação.Em boa parte do mundo ocidental, os talheres de mesa são tão onipresentes que é difícil imaginar como teria sido a vida antes de sua invenção. Mas nem sempre foi assim: a adoção dos talheres individuais à mesa, as regras de sua utilização e as inúmeras alterações em seu desenho e produção representam um longo processo iniciado no final da Idade Média que só se completou de fato, para todas as camadas da população, no início do século XX.
Com curadoria de Paulo de Freitas Costa, a exposição Faca, colher & garfo: uma história, na Casa Museu Ema Klabin, busca traçar um breve relato dessa curiosa história, enquanto apresenta, pela primeira vez de forma abrangente, os faqueiros e talheres colecionados e utilizados por Ema Klabin ao longo de sua vida. A mostra acontece de 7 de maio a 31 de julho, e pode ser vista de quarta a domingo, com entrada franca (a casa museu não cobra ingressos, mas incentiva as doações voluntárias).
“Estamos contentes por poder proporcionar ao público uma exposição rara: há pouquíssimos registros de exposições dedicadas exclusivamente aos talheres. O processo de pesquisa foi eclético, em linha com o ‘espírito Ema Klabin’: percorremos bibliografia de História da Arte, Sociologia, Filosofia e História, sem deixar de trazer elementos da atualidade. Assim, junto com o resultado da pesquisa bibliográfica e iconográfica, na parede e no catálogo, apresentamos na exposição uma projeção com trechos de filmes que mostram, em representações historicamente corretas, a forma como determinados grupos se alimentaram ao longo da história”, comenta Costa.
Peças rarasSerão expostas cerca de 50 peças, do século XVIII ao XX, em prata de lei, muitas com douração. “A maioria é de peças inglesas de importantes prateiros dos períodos George IV e Vitoriano. As peças mais raras são colheres e garfos de 1806, e também as peças feitas por Mary Chawner em 1836, caso raro de uma mulher dirigindo uma ourivesaria”, explica o curador.Serão expostas cerca de 50 peças, do século XVIII ao XX, em prata de lei, muitas com douração. Foto: Arquivo Ema Klabin/Divulgação.Sala de jantarA exposição também vai recriar, na sala de jantar, com peças da coleção, uma mesa ao estilo inglês do século XIX. Nela ficam dispostas criações de importantes prateiros ingleses: pratos de Paul Storr (1830), sopeira e molheiras de John Collins (1827) e castiçais de John Watson (1823).
O público também poderá conferir peças portuguesas que pertenceram ao pai de Ema, da década de 1930, um conjunto para chá inglês do período vitoriano e peças de três faqueiros principais que Ema Klabin usou no período em que residiu na casa.  O primeiro, adquirido por seu pai, Hessel Klabin, em 1938, é um faqueiro da casa Reis, Filhos Joalheiros, da cidade do Porto, em Portugal; o segundo, um tradicional faqueiro inglês em vermeil (prata com banho de ouro) da primeira metade do século XIX; e o faqueiro mais antigo da coleção, comprado em um antiquário em Nova York, com peças produzidas entre 1806 e 1838. Há ainda pequenos conjuntos de talheres para peixe, salada e sobremesa, diversos acessórios de mesa e algumas peças de metal prateado que pertenceram a Fanny Klabin, mãe de Ema.
Visitas ilustresEma Klabin registrava todos os seus requintados jantares em um caderno, onde anotava desde as porcelanas e pratarias utilizadas, até o menu, toalhas, vinhos e arranjos de flores (tiradas do seu próprio jardim). Nesses jantares recebeu visitas ilustres, como Assis Chateaubriand, Magda Tagliaferro, João Carlos Martins, José Mindlin, entre outros. O caderno também poderá ser apreciado durante a exposição.
CuriosidadesDurante as visitas mediadas, o público vai conhecer curiosidades que marcaram o desenvolvimento de cada talher. Por exemplo, que no reinado de Luís XIII, o Cardeal Richelieu, revoltado com o mau hábito que muitos tinham de palitar os dentes com a faca, exigiu que todas as facas tivessem suas pontas desbastadas. Ou ainda, que em 1699, o rei Luís XIV baniu inteiramente o uso de facas pontiagudas nas refeições, evitando assim que muitas discussões à mesa se transformassem em tragédia.A exposição Faca, colher & garfo: uma história e a programação a ela associada contam com o patrocínio da Klabin S.A., no âmbito do projeto “Fundação Ema Klabin: casa e museu”, e com apoio da empresa de iluminação lumini. 
Serviço:Exposição: Faca, colher & garfo: uma história7 de maio a 31 de julhoVisitas: quarta a sexta-feira em grupos de até cinco pessoas acompanhado por educador. Finais de semana e feriados, visitas livres em grupos de até 20 pessoas, sempre em quatro horários: 11h, 14h, 15h15 e 16h30.Não é necessário agendamento prévio.Gratuito*Rua Portugal, 43, Jardim Europa, SPAcesse as redes sociais:Instagram: @emaklabinFacebook:  https://www.facebook.com/fundacaoemaklabinTwitter: https://twitter.com/emaklabinLinkedin:  https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=brYouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabinSite: https://emaklabin.org.br