Julio Gavinho, o entusiasmado, o franco, o sem papas na língua, passou. Desta para melhor.
Um furacão em ideias, frases complexas e análise crítica de um Brasil que pode (ou podia?) dar certo. Foi essa a constatação que tive ao conhecer Julio Mendes Gavinho, que morreu ontem, aos 54 anos, de câncer, segundo o primoroso texto do amigo Peter Kutuchian, do Hotelier News. Se títulos importam aí vai: ele era turismólogo com habilitação em hotelaria e extensão em planejamento.
Por Paulo Atzingen*
Julio tinha um senso crítico aguçado para questões econômicas e políticas quando ia falar de hotelaria. Em uma entrevista concedida ao DIÁRIO, em agosto de 2015, Gavinho defendeu a sustentabilidade do planeta como até então nunca tinha visto em homens de negócio:
““Neste momento, o foco tem que estar em garantir uma vida mais longa para o planeta que habitamos do que botar um pouquinho de dinheiro no bolso”, disse ao defender práticas sustentáveis em empreendimentos hoteleiros.
Quando comparava quantidade e qualidade tinha a coragem de confrontar gigantes da hotelaria ao dizer: “Não considero que tamanho seja documento. No nosso caso especificamente, a qualidade e inovação do produto que estamos colocando no mercado é tão relevante que, com certeza, ocuparemos um espaço maior do que a quantidade de apartamentos que temos”, afirmou quando lançava em 2015 a Zii Hotel e a Arco Hoteis, sob o guarda-chuva de sua empresa, a doispontozero (com minúsculas mesmo!)