Filhote de onça-pintada nasce no Animália Park

Espécie é nativa da Mata Atlântica e está ameaçada de extinção; diretor técnico Marco Majolo explica que “o filhote tem um material genético raro, o que é muito importante para assegurar a preservação da espécie”.

Tem morador novo no Animália Park de Cotia: um bebê de onça-pintada, que nasceu no dia 6 de junho. Ainda sem nome e sem que a equipe tenha certeza se é macho ou fêmea, a oncinha é filha da Clô e do Rudá, um macho nascido no BioParque Vale Amazônia e que veio de Parauapebas (PA), em abril no ano passado, para conhecer a nova namorada e, assim, ajudar na conservação da espécie prioridade na Red List, da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).

O namoro deu tão certo que resultou no nascimento desse filhotinho, deixando o parque ainda mais animado nesse período de férias escolares, com toda energia e alegria do bebê felino. O mês de julho coincide também com o primeiro aniversário do parque, aberto ao público no dia 7 de julho de 2023. Com apenas um ano de funcionamento, o Animália já se tornou um destino popular para famílias e turistas que buscam diversão e contato com a natureza.

“Estamos muito felizes com o nascimento da oncinha. Com certeza, ele é um marco do nosso parque, que tem objetivo de aliar diversão e conservação ambiental. A mãe é uma onça de Mata Atlântica que carrega um material genético valioso. Então, o nascimento da oncinha é muito importante para manter os projetos de conservação dessa espécie. Como o filhote faz parte de um plano nacional de conservação de espécies ameaçadas, quando crescer, ele deve ser levado a outro lugar para continuar a reprodução da espécie”, ressaltou o diretor técnico do Animália Reserva, Marco Majolo.

Ainda não se sabe o sexo do bebê, porque ele está totalmente sob os cuidados da mãe, sem interferência da equipe técnica do parque. Majolo explica que as onças são naturalmente solitárias e altamente territoriais, vivendo de forma independente na maior parte de suas vidas. Quando os filhotes atingem a fase adulta, é essencial que se separem dos pais para evitar conflitos e garantir a sobrevivência de ambos.

“Em questões de acasalamento, se for uma fêmea, é possível que o pai a veja como uma outra fêmea e, se for um macho, ele pode ver (o filhote, depois de adulto) como uma ameaça. Não é recomendado que haja perpetuação da espécie por pai e filha por questões genéticas”, completa Majolo.

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO/ESPÉCIE TÍPICA DA MATA ATLÂNTICA – Rudá e Clô integram o Programa Nacional de Conservação da Onça-Pintada. O intercâmbio de animais entre bio parques e zoológicos e a reprodução sob cuidados humanos é de extrema importância para promover a conservação da espécie. Embora aberto ao público há apenas um ano, o Animalia procura dar informações importantes aos visitantes, sobretudo no que diz respeito às espécies e à necessidade de atuar pela preservação delas.

A iniciativa que levou ao nascimento da oncinha é parte do Programa de Conservação e Manejo ex situ de Espécies Ameaçadas, instituído pelo Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Associação de Aquários e Zoológicos do Brasil (AZAB).

Rudá tem dois anos e recebeu todos os cuidados da mãe até o desmame, que aconteceu com seis meses de vida. Desde então, ficou com a mãe e a irmã, até o dia do embarque aéreo para conhecer a nova pretendente. Clô tem três anos e está no Animália Park desde outubro de 2021, vinda do Refúgio Biológico Bela Vista – Itaipú Binacional.

“Estamos conscientes do nosso papel, que é crucial na reprodução de animais em cativeiro, proporcionando uma oportunidade vital para a sobrevivência de diversas espécies ameaçadas. Em um ambiente controlado, implementamos programas de reprodução cuidadosamente planejados que garantem a diversidade genética e a saúde dos animais”, destaca Marco Majolo.

A onça-pintada está ameaçada de extinção e, por isso, há um grande incentivo para a reprodução sob cuidados humanos em todo o país. Para que a reprodução ocorra, é preciso que elas estejam em um ambiente adequado, sem estresse. Além disso, o casal precisa ter afinidade. Todo o processo de pareamento, ou acasalamento, é acompanhado por biólogos e veterinários. A gestação das onças dura de 90 a 110 dias. Normalmente, uma onça dá à luz um ou dois filhotes. Na natureza, a fêmea cuida de seus filhotes até que eles atinjam cerca de dois anos, período utilizado para garantir que conseguirão sobreviver sozinhos. Eles nascem cegos e, portanto, em seus primeiros meses de vida, são totalmente dependentes da mãe.

• Créditos: Choices Comunicação
• Colaboração: Turismo em Pauta