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Goiás fabrica 6 dos 10 medicamentos mais vendidos no Brasil

Goiás é o segundo maior polo produtor de medicamentos do Brasil, perdendo apenas para São Paulo.

1 de agosto de 2024

Marçal Soares: “Goiás é o segundo maior polo produtor de medicamentos do Brasil, perdendo apenas para São Paulo”

Dos 10 medicamentos mais vendidos nas farmácias do Brasil, 6 são fabricados em Goiás. Os dados são de um levantamento realizado pela consultoria IQVIA. O período pesquisado levou em consideração os últimos doze meses até junho deste ano. No Brasil, o antidiabético Glifage XR, da alemã Merck, foi o mais vendido, com 116,7 milhões de unidades.

Em segundo lugar ficou o Neosoro AD, da Neo Química, com 69,7 milhões de itens vendidos. A empresa, com sede no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), ainda tem outros quatro medicamentos no top 10: a Losartana Potássica (48,7 milhões de unidades), Torsilax (34,2 milhões), Citrato de Sildenafila (27 milhões) e Dipirona Sódica (26,3 milhões).

A Teuto, laboratório que também fica no Distrito Agroindustrial de Anápolis, aparece com a Losartana Potássica com 29 milhões de unidades vendidas.

Parcerias

O presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sindifargo), Marçal Soares, destaca que esse resultado mostra o peso da responsabilidade do segmento, que lida com a vida das pessoas. Ele elenca parcerias importantes para que as pessoas que vão atuar nas indústrias farmacêuticas estejam cada dia mais preparadas.

“Nós temos as parcerias com a Vigilância Sanitária, Anvisa, Senai, com o Centro de Competência Farmacêutica em Anápolis – que é um mini laboratório dentro do Senai para treinar pessoal”, destaca.

Além disso, Marçal Soares ressalta que a Vigilância Sanitária de Goiás é a única do Brasil certificada pela Organização Pan Americana de Saúde (Opas). Isso demonstra o alto rigor da qualidade dos medicamentos produzidos no polo farmacêutico goiano. Ele adiante que, em breve, Goiás começará a exportar medicamentos para outros países.

Polo goiano

Goiás é o segundo maior polo produtor de medicamentos do Brasil, perdendo apenas para São Paulo. Em solo goiano, são produzidos 20% da produção nacional de medicamentos, isso excluindo as importações, já que o Brasil importa muito medicamento próprio. Ou seja, Goiás produz mais de 1 bilhão de unidades de medicamentos anualmente.

“Nós ultrapassamos o Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, que eram estados bastante tradicionais na produção em volume de medicamentos”, pontua.

Sobre a quantidade de indústrias farmacêuticas no estado, Marçal Soares explica que, para ser considerado como tal, os espaços são fiscalizados pela Vigilância Sanitária e devem ter o Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF). Em Goiás, apenas 27 empresas se encaixam neste quesito. O segmento ainda gera 16,5 mil empregos de carteira assinada. Entretanto, não há dados precisos do que representa essa fatia na economia goiana.

“Porque tem empresas aqui, tem uma holding. É um grupo de empresas. E esse grupo e algumas dessas empresas, elas não faturam pela indústria. Elas transferem o medicamento para as suas holdings, para as suas coligadas, que é comércio. E o comércio fatura. Então nós não temos, nem o próprio Estado, nem a própria Secretaria de Economia, o valor exato do faturamento da indústria farmacêutica goiana”, destaca.

Futuro

Marçal destaca que Goiás se destacou como polo foi graças aos incentivos fiscais. Mas que, com a aprovação da Reforma Tributária e com o fim dos incentivos fiscais, Goiás pode ter problemas para instalação de novas empresas do ramo e questiona o que está sendo feito pelo governo estadual para que haja um novo modelo de crescimento industrial no Estado.

“Para você ter ideia, a gente busca material de embalagem em São Paulo, traz para cá, embala o medicamento e o medicamento volta para São Paulo. O incentivo fiscal, ele cobria todos esses custos e ainda sobrava uma margem para você jogar no preço e melhorar o preço para poder vender, para poder conquistar mercado. Não se conquista o mercado nacional, igual nós conquistamos, sem vantagem competitiva”, destaca.