Matérias

Taxi aéreo clandestino em São Paulo é denunciado por comandante

“Estou denunciando o que a gente chama de Taxi aéreo Pirata, transporte aéreo clandestino” alerta Jorge Bitar

Por, Paulo Atzingen – DIÁRIO DO TURISMO

O presidente da ABTAer (Associação Brasileira de Táxis Aéreos) Jorge Bitar já no início da entrevista avisou: é preciso combater a categoria de voos piratas o TACA, pois eles põem em risco não só a saúde do mercado de taxi aéreo, mas a segurança dos passageiros. Jorge Bitar explica nesta entrevista que sua associação tem exigido da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um maior rigor na fiscalização e punição das empresas piratas, o que, segundo ele, não ocorre. Por outro lado, as empresas homologadas e credenciadas investem em patrimônio, treinamento, equipamentos e são, nas palavras de Bitar “absurdamente auditadas”.  Jorge é piloto e proprietário da empresa de táxi aéreo Helimarte. empresa táxi aéreo há 19 anos no mercado. www.helimarte.com.br

DIÁRIO – Comandante Jorge, o senhor aponta uma questão relacionada à concorrência desleal. Trata-se mais que um alerta, mas de uma denúncia, correto?

Exatamente. Estou denunciando o que a gente chama de Taxi Aéreo Pirata, transporte aéreo clandestino. Na aviação isso tem um apelido, chamamos ‘TACA’. O que acontece hoje é que a Agência Nacional de Aviação Civil está fiscalizando as empresas legalizadas, que somos nós. Fazem inúmeras exigências, o que eu acho correto, no entanto, deixam de fiscalizar as ilegais.

As exigências em cima do táxi aéreo sempre foram pesadas e cada vez mais se tornam mais pesadas. E entende-se que o mercado em crise acaba  procurando alternativa para transportes mais baratos, porém, ilegais e alerto, inseguro.

DIÁRIO – Quais são as exigências para ser Táxi Aéreo?

Temos que ter toda a estrutura e organograma de uma empresa. Piloto chefe, chefe de operações, diretor de segurança operacional, engenheiro responsável pela manutenção, controle técnico de manutenção, treinamento, capacitação dos pilotos e equipe, são mais de 40 manuais que devem ser mantidos. E não é copia-cola, é documentação original. A auditoria da Anac é realizada, em média, duas a três vezes no ano.

DIÁRIO – E as outras empresas, não são fiscalizadas?

Não são só empresas, tem Pessoa Jurídica (PJ), e Pessoa Física (PF), também. Para ser ‘Taca” (transporte aéreo clandestino) não precisa de nada. Basta o brevê. A grande vantagem que o clandestino leva sobre nós é a rapidez em qualquer tramitação de documentação. A eles não são exigidos o mesmo nível de manutenção de aeronaves. Como possuem menos custos, menos investimentos, conseguem oferecer serviço deflacionado, que chega a 65% abaixo do valor de mercado.

Por exemplo, se um empresário tem um helicóptero próprio, ele não pode vender voos em sua aeronave. Isso porque para uma empresa de táxi aéreo conseguir operar é necessário homologações específicas, revisões exigidas pela ANAC, e para as aeronaves particulares é diferente o processo. Deste modo, os tacas conseguem ofertar preços de voos muito abaixo do mercado, atraindo passageiros.

Bitar: "os tacas conseguem ofertar preços de voos muito abaixo do mercado, atraindo passageiros" (crédito: divulgação).

Bitar: “os tacas conseguem ofertar preços de voos muito abaixo do mercado, atraindo passageiros” (crédito: divulgação).

DIÁRIO – As denúncias não são apuradas?

Todos os meses, a Associação protocola essas denúncias, e, via de regra, o mercado clandestino continua em funcionamento. A alegação da Anac é que estão providenciando. E não providenciam.

DIÁRIO – O senhor consegue quantificar o número de voos clandestinos?

Sete, em cada dez voos de taxi aéreo são clandestinos.

DIÁRIO –  Quantas empresas de Taxi Aéreo existem no Brasil legalizadas?

Na lista da ANAC se fala em aproximadamente em 150 empresas de táxi aéreo no Brasil

DIÁRIO –  A morte do ministro do STF Teori Zavaski tem alguma relação com o TACA?

A princípio não há evidências que indiquem TACA pois o proprietário da aeronave estava a bordo.