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Low-costs: novas possibilidades

Os executivos das companhias aéreas brasileiras costumam afirmar que atuar no País é tão complexo que para poder competir as empresas já trabalham em condições de low-costs. Esta máxima está começando a ser testada com a chegada de aéreas de baixo custo no Brasil. A princípio apenas em rotas internacionais, mas com o potencial de mexer com todo o mercado. Até o momento são três empresas: Norwegian, SKY e Flybond – todas com voos para destinos que atraem muitos brasileiros.
A primeira a chegar ao Brasil foi a Norwegian com um voo direto de Londres para o Rio de Janeiro. Em seguida, veio a SKY, que voa de Santiago, no Chile, para Florianópolis. A Flybond inicia em outubro a rota Rio-Buenos Aires. Mais do que trazer estrangeiros, estas companhias ampliam a concorrência e abrem novas possibilidades aos brasileiros, que podem experimentar experiências diferentes do que estamos acostumados na aviação tradicional.
Nas low-costs, a experiência é diferente. A ideia é oferecer preços mais baixos do que as empresas aéreas convencionais. No entanto, o serviço é também diferente, uma vez que o passageiro paga pelos demais opcionais como refeições, bagagens, escolha de assento e outros. Embora algo parecido já aconteça por aqui nos voos domésticos, o brasileiro precisa reaprender a voar e aceitar tais regras em nome das tarifas mais baixas.
Só o tempo dirá como ficarão realmente os preços. A competição apenas começou. Outras empresas devem chegar e, agora, com a possibilidade de 100% de capital estrangeiro a tendência é que as opções aumentem. E, com mais opções, quem ganha é o consumidor. No entanto, o mercado precisa operar de uma maneira saudável.
As low-costs são bem vindas e farão muito bem para o País, mas o mercado precisa amadurecer. E isso diz respeito a dois fatores. O primeiro, primordial, é a demanda. Se não há passageiros suficientes para toda esta oferta, mesmo que os preços caiam, a situação não será sustentável. E para que isso aconteça, o brasileiro precisa – definitivamente – incluir a viagem na sua cesta de consumo. E isso só acontecerá se a economia voltar a crescer.
O segundo ponto é justamente a segurança jurídica para que estas e outras empresas possam investir aqui. Já demos alguns passos, como a desregulamentação da franquia de bagagens e a abertura para 100% de capital estrangeiro. Isso possibilitou a chegada destas empresas. Mas o País precisa de um transporte aéreo cada vez mais democrático. E se queremos mais, é necessário seguir abrindo o mercado.

Marcos Lucas é agente de viagens e presidente da Aviesp