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Nem só de praia e piscinas vive Porto de Galinhas

Foto: Divulgação

Um destino turístico que pretende sobressair como referência não pode se contentar em viver apenas do turismo de lazer. É preciso equilibrar as demandas, promovendo investimentos na área de eventos, focados no enriquecimento técnico, científico ou profissional. A bonança da alta temporada é um conforto passageiro ao trade turístico. Mas e depois? É preciso colocar em prática a criatividade, explorando as sazonalidades de forma rentável.

Porto de Galinhas entende que o investimento em diferentes nichos é o caminho certo para a autosustentabilidade do setor. Para se ter uma ideia, o público que se desloca para um evento gasta 40% vezes mais do que os visitantes de lazer e também tem interesse em conhecer os atrativos locais. E, diga-se de passagem, não faltam no balneário pernambucano belíssimos pontos turísticos, a começar pelas piscinas naturais, nosso cartão-postal!

O segmento conhecido como MICE (Meetings, Incentives, Conferences e Exhibitions)contribui para estimular o desenvolvimento socioeconômico local, a geração de empregos, renda e a criação de infraestrutura que beneficia não só o turista, como a população da cidade. No Brasil, o mercado de eventos está em plena expansão. De acordo com a Embratur, desde 2003, o número de congressos e convenções de negócios internacionais realizados no país registrou um aumento de quase 370%.

A instituição do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (Porto de Galinhas CVB), em 2014, comprova a preocupação do destino em consolidar-se na agenda oficial dos grandes eventos nacionais e internacionais. E isto, de fato, já tem acontecido. Primeiro porque a entidade, apoiada pela hotelaria local, vem trabalhando há dois anos com ações focadas na promoção do destino e no reposicionamento de sua marca. Só em 2015, mais de 5.600 pessoas viajaram ao balneário para participar de eventos, gerando um impacto de R$ 10,9 milhões para a economia local.

Até 2017, a entidade espera ainda atingir a meta de apoiar a vinda de pelo menos 20 eventos. Alguns deles já estão confirmados no litoral sul pernambucano: aXXV Jornadas Iberoamericanas de Direito Processual, em setembro de 2016; um congresso na área de mobilidade, encabeçado pelo Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE); e a 2ª Edição do Congresso de Corretores de Seguros do Nordeste, no ano que vem. A expectativa é que estes encontros mobilizem mais de 3 mil pessoas.

Somente com o apoio dos mais de 60 associados, incluindo a boa sinergia entre as equipes hoteleiras locais, será possível manter boas médias expressivas de ocupação, sem prejudicar a qualidade de atendimento. Nas férias de julho, por exemplo, a taxa de ocupação média ficou em 75%, dez pontos percentuais a mais do registrado no mesmo período de 2015. Uma prova de que vamos muito bem no quesito lazer. O próximo desafio será honrar os compromissos com o setor corporativo. Assim como poucas casas de veraneio da década de 90 deram lugar a hotéis e resorts, atraindo atualmente mais de 1,2 milhão de pessoas por ano, estou certo de que os esforços da cadeia turística do balneário nos levarão ao título de “exemplo na organização de grandes eventos”.